Resumo:
O cerrado baiano, situado na região oeste do Estado, constitui-se em uma das mais novas e promissoras áreas de produção do cafeeiro arábica (Coffea arabica L.) do País. Contudo, seus solos predominantemente de textura arenosa e de baixa fertilidade natural, exigem um manejo adequado das adubações, fracionando-as para minimizar as perdas por lixiviação, já que todo os cafeeiros do oeste da Bahia são irrigados. Adicionalmente, o elevado preço dos adubos e a grande exportação de nutrientes do solo pelo cafeeiro exigem que os fertilizantes sejam usados de forma eficiente, mediante a análise da fertilidade do solo e do estado nutricional das plantas para manter ou elevar os níveis de produtividade atuais. Com este trabalho, objetivou-se identificar os fatores relacionados à fertilidade do solo e ao estado de nutrição de plantas, limitantes para a produção do cafeeiro
por meio da avaliação da fertilidade do solo e do estado nutricional de lavouras cafeeiras do oeste do Estado da Bahia. Foram selecionadas 15 (quinze) lavouras a partir de 3 (três) anos de idade, distribuídas nos municípios de Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e São Desidério, cujos talhões de 1,0 ha foram georeferenciados por Global Positionig System (GPS). Em cada lavoura foram coletadas amostras de solo e folhas. As amostras de solo foram analisadas para determinação do pH, acidez potencial e dos teores de macro e micronutrientes, além da matéria orgânica. As amostras foliares foram analisadas quimicamente para determinação dos teores de N, P, K, Ca, Mg, S, B, Cu, Fe, Mn e Zn. Determinaram-se as frequências com que as variáveis analisadas foram consideradas deficientes, adequadas e excessivas, de acordo com os critérios de interpretação da fertilidade do solo e do estado nutricional das plantas propostos pela literatura. Os baixos valores de pH (40%),
Ca (20%), Mg (46,7%), B (100%) e Mn (66,6%); os valores excessivos de P (86,6%), P e Mg (13,3%), Cu e Fe (93,3% cada), Mn (13,3%) e Zn (26,7%), além do desequilíbrio das razões K, Mg e Ca, bem como entre esses nutrientes e a CTC pH = 7,0 , observados na maioria das lavouras. Pode-se inferir que esses seriam os fatores que estariam comprometendo o desenvolvimento e a produção do cafeeiro no oeste baiano. A diagnose nutricional obtida com os padrões propostos por Malavolta et al. (1997) e Santinato & Fernandes (2002) revela desequilíbrios nutricionais nos cafeeiros. Isso sugere que para essa cultura nas condições de manejo do oeste baiano, as adubações sejam criteriosas e fracionadas para minimizar os problemas nutricionais.
Descrição:
Trabalho apresentado no Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil (3. : 2003 : Porto Seguro, BA). Resumos. Brasília, D.F. : Embrapa Café, 2003.