Resumo:
Objetivando mostrar que o setor agrícola não pode ser analisado entendendo-o como homogêneo, uma vez que a essa característica associam-se visões reducionistas e simplificadoras do complexo quadro das suas relações produtivas, escolheu-se demonstrar o grau de complexidade da agricultura analisando-o pelo ângulo da produção da pesquisa cafeeira no Estado de São Paulo e sua aderência à realidade, contrapondo-se à idéia de que a tecnologia gerada respondeu à necessidade apenas do capital internacional e do grande produtor agrícola. Para isso construiu-se um indicador da geração de tecnologias/conhecimento por parte do setor público, através dos trabalhos publicados pelos pesquisadores dos Institutos Agronômico e Biológico, classificando-os conforme linhas e natureza da pesquisa, além de verificar se o processo de adoção ocorrido na cafeicultura paulista teria levado a alterações no perfil de distribuição dos produtores. Concluiu-se que no período analisado, 1890-1985, as pesquisas poupadoras de terra representaram 55,5% do total, as pesquisas em melhoramento e em pragas e doenças representaram 43,5% de total nos 95 anos analisados.