Resumo:
1. Introdução ...... 281
2. A mecanização e a colheita do café ...... 283
2.1. Operações da colheita do café ...... 285
2.2. Classificação dos sistemas de colheita ...... 286
3. Máquinas utilizadas na colheita do café ...... 287
3.1. Arruadores sopradores ...... 288
3.1.1. Operação de arruação mecanizada ...... 288
3.2. Derriçadoras portáteis ...... 291
3.2.1. Derriçadoras pneumáticas ...... 291
3.2.2. Derriçadoras motorizadas ...... 291
3.2.3. Operação de derriça com derriçadoras portáteis ...... 292
3.2.4. Desempenho operacional e econômico das derriçadoras portáteis ...... 296
3.3. Recolhedoras ...... 299
3.3.1. Recolhedora MAQ 6000 ...... 299
3.3.2. Recolhedora Selecta ...... 300
3.4. Abanadoras ...... 300
3.5. Derriçadoras e recolhedoras tratorizadas ...... 302
3.5.1. Derriçadora Koplex ...... 302
3.5.2. Derriçadora Kokinha ...... 303
3.5.3. Colhedora KTR ...... 303
3.5.4. Operação com derriçadoras tracionadas por trator ...... 304
3.6. Colhedoras automotrizes ...... 305
3.6.1. Colhedora K-3 ...... 305
3.6.2. Colhedora Korvan ...... 306
3.6.3. Colhedora Brastoft ...... 307
3.6.4. Características operacionais das colhedoras automotrizes ...... 307
3.6.5. Custo operacional das colhedoras automotrizes ...... 315
4. Gerenciamento da colheita mecanizada ...... 319
4.1. Parâmetros Comparativos das Operações Mecanizadas e Manuais...... 320
4.2. Colheita Mecanizada e a Qualidade da Bebida...... 321
5. Preparo e adequação da lavoura para a mecanização ...... 323
6. Vantagens e desvantagens da colheita mecanizada ...... 324
6.1. Vantagens ...... 324
6.2. Desvantagens ...... 325
6.3. Perfil da Colheita Mecanizada no sul de Minas Gerais ...... 325
7. Referências bibliográficas ...... 327
INTRODUÇÃO
De acordo com a história do Brasil, a cultura do café teve grande influência na colonização e desenvolvimento do País, assumindo hoje um importante papel econômico e social. Atualmente, o Brasil ocupa a posição de maior produtor e exportador no mercado internacional, segundo dados do IAPAR (1999). Tem havido, entretanto, uma queda no nível das exportações. No ano de 1961, o País era responsável por 36,78% das exportações mundiais do produto, índice que caiu, em 1998, para 23%. Além disso, o Brasil é o segundo maior consumidor mundial de café. Segundo dados da FAEMG (1996), o Estado de Minas Gerais é líder na produção cafeeira do Brasil, com cerca de 50% da safra, e uma produção aproximada de 19 milhões de sacas beneficiadas na safra de 1998. Segundo Wizel (1981), para a sobrevivência da cafeicultura, o Brasil tem que seguir o caminho da qualidade. O café é dos poucos produtos agrícolas cujo preço é baseado em parâmetros qualitativos, variando significativamente o valor com a melhoria de sua qualidade. Assim sendo, o amplo conhecimento das técnicas de produção de um café de alta qualidade é indispensável para uma cafeicultura moderna. Com relação à lavoura cafeeira, as operações de cultivo são as que registram maior índice de mecanização, sendo o plantio e a colheita consideradas, ainda, operações pouco mecanizadas. Como as operações mecanizadas dependem de uma fonte de potência mecânica para a sua execução, é importante citar os tratores cafeeiros, considerados tratores estreitos e de baixa potência, que são oferecidos no mercado por diferentes fabricantes e em distintos modelos. Genericamente são tratores agrícolas com tração nas rodas traseiras, versão 4x2 ou tração auxiliar 4x4, com potência que varia de 18 a 60 c.v., tendo bitolas mínimas de 730 a 1200 mm e largura livre de 1000 a 1600 mm. Para a lavoura cafeeira, esses tratores são utilizados no transporte e em operações de cultivo com grade, roçadeira, enxada rotativa e pulverizadores. O plantio de café, por se tratar de cultura perene, não é uma operação tão problemática para os produtores. Uma vez plantada, a lavoura permanece por 10, 20, 30 anos ou mais. Já a colheita do café tem sido vista pelos produtores como um ponto de estrangulamento na exploração da cultura, mesmo considerando o atual uso de diferentes máquinas nas operações de colheita, como vem ocorrendo em algumas propriedades mais tecnificadas; a mecanização ainda é modesta, perante a área total cultivada e a disponibilidade de colhedoras no mercado desde 1980. A colheita do café é uma operação complexa, apresentando várias etapas, e que demanda 30% do custo de produção e 40% da mão-de-obra empregada, segundo afirmam Cruz Neto & Matiello (1981). Essa elevada demanda de mão-de-obra, que se concentra em um período de 100 dias, tem sido limitante para a exploração da cultura. Acredita-se, assim, que para um futuro próximo haverá uma grande expansão da mecanização das operações de colheita, tratando-se de um processo fundamental e irreversível, que visa, sobretudo, à valorização do homem e à maximização dos resultados das safras. Os métodos tradicionais de mecanização só são possíveis de serem aplicados em terrenos com declividade de até 20%. Isso. Associado a outras limitações de ordem operacional e econômica, mostra que a mecanização depende sempre da complementação do serviço braçal. Além disso, as máquinas necessitam de operadores, pessoal de manutenção, comercialização e assistência técnica, ou seja, mão-de-obra especializada. A colheita do café é comparativamente mais difícil de ser executada do que a de outros produtos, em razão da altura e arquitetura da planta, da desuniformidade de maturação e teor de umidade elevado. Com a introdução da mecanização na colheita do café, aumentou a capacidade produtiva da mão-de-obra, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da produção, obtenção de um produto de melhor qualidade e para minimizar os problemas de escassez de mão-de-obra no período da colheita. O sistema de colheita mecanizada não dispensa totalmente o uso de serviço manual, pois a máquina pode não conseguir colher todos os frutos da planta. Os frutos que permanecem após a derriça mecânica são, posteriormente, retirados por meio de uma operação manual denominada "repasse". Segundo Matiello & Pinto (1998), nas pequenas propriedades, em plantios adensados e, principalmente, em áreas montanhosas, onde a operação de colheita só pode ser feita manualmente, nos últimos anos vêm sendo introduzidos equipamentos derriçadores. Nas regiões sul e Zona da Mata de Minas Gerais, tem-se observado a falta de mão-de-obra para a colheita do café. Esse fato revela a necessidade da substituição do trabalho manual por mecanismos com fonte de potência superior à humana. O sistema mais adequado para essas regiões é o semimecanizado com derriçadora portátil, segundo Silva et al. (1997). Na colheita mecânica, os sistemas com maior sucesso são os que utilizam derriça por vibração e/ou impacto como princípio de funcionamento. Esses sistemas requerem o conhecimento da freqüência e o tempo de aplicação da vibração, para destacar os frutos dos ramos. Segundo Silva & Salvador (1998), muitas lavouras não foram plantadas e manejadas para o emprego da mecanização. Verificou-se que a freqüência e o tempo de aplicação dos vibradores são aumentados para a obtenção de uma derriça satisfatória. Por essa razão, apresentam problemas de desfolhamento e quebra excessiva de ramos.