Resumo:
Este trabalho tem o objetivo de refletir acerca da atual situação dos agricultores familiares de Barra do Choça, Bahia, que produzem café, analisando o sistema produtivo que predomina entre estes. A fundamentação teórica da pesquisa inclui as concepções dos principais autores que discutem o contexto brasileiro, Silva (1997) e Abramovay (2007). Foram realizadas análises sobre a evolução do setor cafeeiro no país e as consequentes transformações que ocorreram no meio rural brasileiro. Além da pesquisa bibliográfica que viabilizou o desenvolvimento da fundamentação teórica, foram utilizados dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística sobre a região de Barra do Choça, dados de pesquisas desenvolvidas pela prefeitura do município e os resultados dos questionários aplicados entre os cafeicultores familiares. Dentre os principais resultados, observou-se que os produtores familiares têm acesso a políticas de incentivo para a sua produção, contudo ainda encontram dificuldades na área de comercialização, impedindo melhores retornos financeiros. Os principais motivos que promovem a permanência destes agricultores no campo são a diversificação da produção e o desenvolvimento de outras atividades, não agrícolas, o que caracteriza a ocorrência do fenômeno da pluriatividade. Com isso infere-se que o agricultor familiar permanece no campo, não por falta de emprego ou pela exigência de mão-de-obra qualificada em outras ocupações, mas pela ocorrência de novas oportunidades de ocupação no espaço rural e em seu entorno, através de incentivos governamentais que auxiliam no processo produtivo e pelo conhecimento que já têm na produção agrícola que desenvolvem.