Investigaram-se alterações no crescimento vegetativo e reprodutivo em ramos plagiotrópicos de plantas de café cultivadas em campo, em resposta à manipulação da relação fonte-dreno, por meio de desfrutificação e desfolhamento controlados, tendo em vista uma alteração nas taxas de crescimento dos ramos, em função da redução da relação fonte:dreno. Os tratamentos consistiram de: (i) remoção de todos os frutos, mas mantendo-se as folhas (T1); (ii) remoção da metade da carga de frutos, mantendo-se também as folhas (T2), e; (iii) manutenção de todos os frutos e redução da área foliar à metade (T3). As avaliações de crescimento foram realizadas a partir da aplicação dos tratamentos, quando os frutos atingiram o estádio chumbinho. As taxas de crescimento de ramos plagiotrópicos, do número de nós formados e do ganho de área foliar foram significativamente menores nas plantas do tratamento T3 em relação às de T1. A massa seca média dos frutos foi significativamente maior (39%) em T2 que em T3. Por outro lado, a produção de frutos-bóia por planta e a abscisão de frutos por ramo foram maiores (32% e 25%, respectivamente) em T3 que em T2. Além disso, a razão área foliar:fruto, mesmo nas plantas de T2, foi consideravelmente inferior aos cerca de 20 cm2 de área necessários para suportar o desenvolvimento de cada fruto de café. Isso poderia largamente explicar a porcentagem relativamente alta de frutos chochos, evidenciando que a planta não conseguiu levar a cabo, de modo eficiente, o enchimento de todos os frutos. Isso sugere que os frutos concorrem fortemente com o crescimento vegetativo, por serem considerados fortes drenos metabólicos. Os resultados indicam que a redução na razão fonte:dreno pode afetar negativamente o crescimento vegetativo do cafeeiro, concorrendo para o desenvolvimento de ciclos bienais de produção.
Changes in vegetative and reproductive growth in response to source/sink manipulations were through controlled defruiting and defoliation investigated in field-grown coffee trees. Treatments consisted of (i) complete defruiting and 100% leaf area (T1), (ii) half crop load and 100% leaf area (T2), and (iii) full crop load and 50% leaf area (T3). Growth evaluations started following treatment application when the fruits were at pinhead stage. Growth rates of plagiotropic branches, number of nodes and leaf area gain were significantly lower in T3 plants than in T1 plants. Mean fruit dry mass was significantly higher (39%) in T2 than in T3 individuals. On the other hand, production of partially-empty fruits per plant and fruit abscission per branch were higher (32% e 25%, respectively) in T3 than in T2 plants. In addition, the leaf area:fruit ration, even in plants T2, was considerably inferior to 20 cm2, an area value necessary to support the development of each coffee fruit. This could largely explain the relatively high percentage of chochos fruits, evidencing that the coffee trees were not able to efficiently meet fruit demand for assimilates. Taken together, the results suggest that decreasing source:sink ratio might negatively affect vegetative growth of coffee trees, thus concurring for the development of biennial cycles of production.