dc.identifier.citation |
Vieira, Tatiana G.C.; Alves, Helena M.R.; Bertoldo, Mathilde A. Mapeamento de áreas cafeeiras de Minas Gerais por imagem de satélite. Parte II: Machado. In: Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil e Workshop Internacional de Café & Saúde, (3. : 2003 : Porto Seguro). Anais. Brasília, DF : Embrapa Café, 2003. (447p.), p. 70-71. |
pt_BR |
dc.description.abstract |
A cafeicultura mineira concentra-se principalmente na região Sul de Minas, responsável por cerca de 60% da produção do estado. Essa região possui um agroecossistemas de café que vem se mantendo com destaque em relação às demais, em função de alguns fatores, tais como, condições climáticas e solos adequados ao cultivo do café, maior adoção de tecnologia e melhor qualidade da bebida. Para o planejamento racional da atividade agropecuária é necessário o conhecimento do meio ambiente em que esta atividade está inserida. O levantamento destas áreas e o estabelecimento de metodologias que possibilitem o monitoramento deste parque, com a atualização periódica de informações, torna-se importante para o gerenciamento do agronegócio café. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi o mapeamento de áreas ocupadas pela cultura de café na região de Machado, selecionada como representativa da região produtora do Sul de Minas, usando o geoprocessamento e o sensoriamento remoto para gerar um banco de dados digital e subsidiar as atividades de levantamento,
monitoramento e planejamento do parque cafeeiro regional. A implementação de um banco de dados digital para a área-piloto e o tratamento das imagens de satélite foram realizados por meio de imagens do satélite TM Landsat 7 de 2000 e do software SPRING. O mapa de uso da terra foi interpretado visualmente, utilizando padrões obtidos em campo e georreferenciados, criando-se o plano de informação (PI) correspondente. As imagens de satélite na composição 3B-4R-5G foram tratadas no módulo imagem/contraste do SPRING. Com a aplicação do contraste na imagem, foi realizada interpretação visual do uso e ocupação das terras, observando o comportamento espectral de cada classe predominante na área de estudo, principalmente o café. Finalizada a interpretação preliminar, fez-se no campo uma checagem dos padrões estabelecidos para definição de alvos, gerando o mapa temático final: Mapa de Uso da Terra Interpretado. As classes predominantes mapeadas e checadas em campo foram: - Café em produção: cafezais cujos parâmetros de idade (acima de 4-5 anos), porte (maior que 2 m) e espaçamento de planti, permitem uma cobertura de substrato maior que 50%; - Café em formação: (abaixo de 4 anos) e com exposição parcial de solos; - Café recém-plantado: café recém-plantado com solo exposto; - Mata: áreas ocupadas por vegetação natural de porte variado, matas ciliares, resquícios de floresta tropical, capoeiras e cerradão; - Solo exposto: áreas preparadas para cultivo; - Área urbana: áreas com ocupação urbana; - Cultura: áreas que correspondem ao plantio de culturas semiperenes e temporárias; - Represas: áreas de lagos naturais e construídos, - Reflorestamento: áreas plantadas com eucalipto
ou pínus. O restante da área foi classificado como Outros usos, que seriam: áreas para pastagem natural, pousio de culturas temporárias ou semiperenes. Para gerar o Mapa de Uso da Terra Classificado automaticamente, utilizou-se a mesma legenda acima citada permitindo-nos verificar o grau de acerto do classificador ao compará-lo com o Mapa de Uso da Terra Interpretado visualmente, considerado como verdade terrestre. O classificador empregado foi o Battacharya, que mede a separabilidade estatística entre classes espectrais, isto é, mede a distância média entre as distribuições de probabilidades de classes espectrais. Posteriormente foi realizada uma análise para a verificação da porcentagem de confusão dos temas. Para a área-piloto de Machado, o Mapa de Uso da Terra Classificado automaticamente apresentou um índice de acerto de 66,14% para a classe café em produção, sendo que a maior proporção de confusão foi para as classes de café em formação e mata. Provavelmente esta confusão deu-se em função da classe mata ter o comportamento espectral semelhante ao café em produção e café em formação. Este conflito acentua-se na porção oeste do município de Machado, onde o relevo é muito acidentado. Além do relevo acidentado, a cafeicultura da região Sul de Minas é representada por médios e pequenos produtores, resultando em talhões de dimensões muito variáveis. Estas características dificultam o reconhecimento visual nas imagens de satélite TM/Landsat, dado à sua resolução espacial que é de 30 x 30 m. Sendo assim, nesta região o levantamento da cafeicultura deve ser auxiliado por produtos de sensoriamento remoto de melhor resolução espacial, tais como fotografias aéreas e/ou imagens IKONUS, que apresentam resolução espacial de 1 x 1 metro. |
pt_BR |