Resumo:
Existe grande divergência entre técnicos da área de secagem na recomendação da opção mais econômica para o combustível a ser usado na secagem. Muitos produtores e técnicos consideram apenas o custo de combustível para a avaliação econômica. No entanto, custos de depreciação, energia elétrica e mão-de-obra devem ser considerados para obter uma análise mais completa. Neste contexto, tendo em vista a necessidade de reduzir o custo de produção e visto que o processo de secagem tem grande influência no custo total de produção, este trabalho teve como objetivos principais avaliar técnica e economicamente a secagem do café usando lenha e GLP como combustíveis para o aquecimento do ar. O presente estudo foi realizado no Pólo de Tecnologia em Pós-Colheita de Café, na Universidade Federal de Lavras, MG. Foram realizados dois testes
usando simultaneamente dois secadores rotativos com capacidade de 5.000 litros. Para a avaliação do desempenho dos sistemas de secagem foram realizadas as seguintes medições: temperaturas da massa de café, do ar de secagem, do ar no plenum e do ar de exaustão, pressão estática no plenum, umidade inicial e final do café, umidade relativa e temperatura do ar ambiente, consumo total de combustível, consumo de energia elétrica e tempo total de secagem. A temperatura do ar de secagem e da massa de café foi realizada por meio de termopares instalados, respectivamente, no duto de entrada de cada secador e em diversos pontos na massa de café. Amostras foram retiradas a cada duas horas de secagem e a umidade foi determinada pelo método padrão de estufa 105± 1°C durante 24 horas(Brasil,1992). A pressão estática foi medida em 3
pontos distribuídos longitudinalmente dentro do plenum. O consumo de GLP foi determinado por meio de gasômetro da marca Equimenter, modelo S-275 instalado na linha de alimentação de cada secador. A avaliação do desempenho da secagem foi realizada segundo metodologia adaptada proposta por Barkker Arkema et al (1978). A avaliação econômica foi feita calculando-se os custos de mão-de-obra, combustível, energia elétrica, depreciação de capital fixo e custo total. Energeticamente, a secagem com lenha foi menos eficiente que a secagem com GLP, apresentando menores valores de eficiência e maiores consumos específicos de energia.Os valores do custo total aplicam-se às condições experimentais e aos preços praticados em julho de 2001 (R$15,00 / m 3 de lenha de eucalipto; R$1,00 /kg de GLP). Nos testes 1 e 2, os custos de combustível para os
tratamentos que usaram GLP representam 74,69% e 76,81% do custo total de secagem. Já a participação do custo do combustível nos testes com lenha representaram respectivamente, 16,58% e 14,28% do custo total da secagem. Ou seja considerando apenas o custo de combustível o GLP foi aproximadamente 4,5 vezes mais caro do que a secagem em que se utilizou lenha como combustível. Esse menor custo de combustível para lenha também foi evidenciado por Sobrinho et al. (2000). Entretanto, em muitos casos a decisão de optar por um sistema ou outro de aquecimento do ar é feito apenas baseado no custo do combustível não levando em conta outros custos, que podem resultar na escolha de sistemas de custos totais mais elevados, ou mesmo, com custos semelhantes, porém, com desvantagens operacionais.Considerando os custos fixos e variáveis, observou-se que o custo total de secagem do café com lenha ou GLP foram considerados praticamente iguais, sendo de R$8,18 e R$8,80 para as secagens que usaram GLP no primeiro e no segundo teste respectivamente, e de R$8,26 e R$8,40 para as secagens que utilizaram lenha como combustíveis para o aquecimento do ar.
Descrição:
Trabalho apresentado no Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil (3. : 2003 : Porto Seguro, BA). Resumos. Brasília, D.F. : Embrapa Café, 2003.