Resumo:
Atualmente, se produz café de excelente qualidade em regiões anteriormente consideradas impróprias pelo elevado déficit hídrico, destacando-se o Triângulo Mineiro e o Alto Paranaíba em Minas Gerais, o Norte do Espirito Santo e a Região Oeste de Bahia (Mantovani, 2000). A utilização de tubogotejadores subsuperficiais (enterrados) tem sido adotados por cafeicultores, principalmente por facilitar o manejo da cultura, mas pouco sabe-se a respeito do problema de entupimento dos emissores provocados, principalmente, pela sucção de partículas sólidas e intrusão do sistema radicular. Fernandes et al. (2002) observou perdas na produção da ordem de 17 a 48% utilizando o sistema de irrigação por gotejamento em profundidades que variam de 10 a 30 cm, independentemente da distância em relação a linha de café (20, 30, 40 ou 50 cm). Existem dúvidas sobre a utilização da irrigação por gotejamento com linhas de gotejadores enterrados, como também resultados sobre condições irrigadas ou não. Assim este trabalho teve por objetivo estudar a produtividade de cafeeiros em condições de irrigação por gotejamento superficial e subsuperficial, e em condições de sequeiro. Para tanto, em junho de 2002, avaliou-se a produção (primeira colheita) em uma área de observação em cafeicultura irrigada, localizada em Patrocínio, Minas Gerais. O experimento foi implantado, em 12 de janeiro de 2000, na Fazenda Experimental da EPAMIG, em Patrocínio - MG, com a variedade Catuaí 144, no espaçamento 3,60 x 0,75 m. Foi implementado em um delineamento em blocos casualizados, composto por quatro blocos e três tratamentos, sendo estes: Irrigado, Irrigado com os gotejadores enterrados e Não irrigado. As parcelas são constituídas de três linhas de plantio com 9 metros de comprimento, totalizando 36 plantas por parcela, sendo 6 plantas úteis. Os resultados mostraram um melhor desempenho dos tratamentos irrigado superficialmente e irrigado enterrado sobre o tratamento não irrigado. Não houve diferença significativa entre os tratamentos irrigados, porém observa-se diferença significativa com melhor desempenho para os tratamentos irrigado e irrigado enterrado em relação ao tratamento não irrigado. Nas condições que o experimento foi implantado, para uma primeira colheita, conclui-se que: a irrigação por gotejamento superficial e subsuperficial (enterrado) tiveram produtividades iguais; os tratamentos irrigados foram mais produtivos que o tratamento não irrigado. Vale ressaltar que a irrigação por gotejamento enterrado é uma tecnologia nova pouco utilizada na cafeicultura irrigada, estudos preliminares mostram problemas, quanto a entupimentos dos emissores devido a possível sucção de partículas sólidas através dos emissores, necessitando ainda maiores estudos quanto à recomendação deste sistema.
Descrição:
Trabalho apresentado no Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil (3. : 2003 : Porto Seguro, BA). Resumos. Brasília, D.F. : Embrapa Café, 2003.