Resumo:
Os solos originalmente sob vegetação de cerrado são muito intemperizados. Com o aumento do grau de intemperismo, há uma mudança gradual das características destes solos, tornando-os mais eletropositivos, diminuindo a saturação por bases e aumentando gradualmente a retenção de ânions, como o fosfato. Estes solos são, dessa forma, extremamente pobres em fósforo disponível. Nessas condições, a adubação fosfatada assume papel importante no sistema de produção cafeeira no cerrado. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de fontes e doses de P no desenvolvimento e produção do cafeeiro (Coffea arabica L.). O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental da EPAMIG, em Patrocínio-MG, no período de janeiro de 2000 a julho de 2002. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com os tratamen-tos
distribuídos em esquema fatorial 4 x 5, com quatro repetições; sendo os fatores: 4 fontes de P: fosfato de Araxá, termofosfato magnesiano (Yoorin master), fosfato de ARAD, superfosfato triplo e 5 doses de P, cor-respondentes a: 0; 125; 250; 500 e 1000 g de P2O5/m de sulco. A parcela foi constituída por uma linha com oito cafeeiros, sendo adotada como área útil as quatro plantas centrais. Utilizaram-se mudas da cultivar Acaiá Cerrado MG1474. Por ocasião da instalação do experimento foram realizadas uma aração, duas gradagens e calagem, com a aplicação de 2700 Kg de calcário dolomítico por ha, para elevar a saturação por bases para 60%. Em seguida, os sulcos foram abertos a uma distância de 3,5 m entre linhas, aplicando-se as diferentes fontes e doses de P, conforme os tratamentos considerados. O plantio foi realizado em 10/01/2000, a uma
distância de 0,7 m entre plantas na linha. As plantas daninhas foram controladas com a aplicação de herbicidas pré-emergentes ao longo da linha de plantio, aliada a roçagens periódicas nas entrelinhas. O controle de pragas e doenças foi realizado sempre que necessário e baseado em amostragem geral no experimento. Aos trinta meses após o plantio foram avaliadas as seguintes características vegetativas: altura de planta, diâmetros de caule e de copa e número de internódios do ramo ortotrópico. Foi determinada, ainda, a produtividade do cafeeiro, em sc/ha e Kg/ha. Para todas as características foram realizadas análises de variância e as médias das cultivares foram comparadas através do Teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade; para as doses de P realizou-se análise de regressão. Concluiu-se que o termofosfato magnesiano e o superfosfato triplo proporcionaram a maior produtividade do cafeeiro, aos trinta meses após o plantio; os maiores diâmetros de caule e de copa foram obtidos nas doses de 619 e 621 g de P2O5/m de sulco, respectivamente, independente da fonte de P; a maior produtividade do cafeeiro foi obtida com a aplicação de 572 g a 853 g de P2O5/m de sulco, em função da fonte de P utilizada.
Descrição:
Trabalho apresentado no Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil (3. : 2003 : Porto Seguro, BA). Resumos. Brasília, D.F. : Embrapa Café, 2003.