Resumo:
Nas áreas de cerrado cultivado há mais tempo com café é comum a ocorrência de problemas químicos de solo que interferem diretamente no desenvolvimento e capacidade produtiva das plantas. Este trabalho objetivou aplicar a metodologia geoestatística para avaliar a variabilidade espacial do Pe K em solo de cerrado, atualmente cultivado com cafeeiro, sob dois sistemas de manejo, visando observar a necessidade de adoção de novos procedimentos de amostragem e indicar práticas de manejo que possibilitem aumento de produtividade com maior sustentabilidade agrícola. Para isto foram demarcadas na Fazenda Experimental da EPAMIG, Patrocínio -MG, duas malhas amostrais de 45 x 55m, contendo cada uma 45 pontos, uma com o manejo de controle de plantas daninhas com herbicida de contato e a outra com gradagens intensivas nas entrelinhas. A área do experimento apresenta topografia leve ondulada e o solo é um Latossolo Vermelho Amarelo distrófico textura argilosa. O cafeeiro cultivado é o Mundo Novo IAC 376/19 com 15 anos de idade, plantado no espaçamento de 3,5 x 1,0 m (uma planta por cova.) Os pontos de amostragem foram georeferenciados com o uso do GPS (Sistema de posicionamento global) e corresponderam às regiões do meio da rua, "saia" do cafeeiro e linha de tráfego do trator, eqüidistantes em 5 x 8 m, nas profundidades de 0-20 e 20-40 cm. Nestes pontos foram coletadas amostras para análises químicas de P e K segundo metodologia da Embrapa. Os resultados foram submetidos à análise geoestatística, obtendo-se os modelos de variabilidade espacial dos atributos do solo, por meio dos semivariogramas, e realização da estimativa por krigagem, para o mapeamento dos atributos químicos estudados. A utilização da geoestatística e o mapeamento das variáveis estudadas revelaram-se importantes
ferramentas para tomada de decisões em sistemas de uso do solo com a cultura do cafeeiro, visando, sobretudo a sustentabilidade do ecossistema. Os sistemas de manejo induziram respostas diferenciadas na variabilidade espacial dos atributos químicos estudados, para o sistema de manejo com herbicida, o modelo de melhor ajuste foi o de efeito pepita pura de K nas duas profundidades amostradas, indicando a não dependência entre os pontos; já para o P na profundidade de 0 a 20cm o modelo esférico melhor se ajustou, evidenciando dependência espacial entre os pontos avaliados, mas na profundidade de 20 a 40cm o modelo ajustado de linear sem patamar, indica que o tamanho da malha não foi suficiente para determinar o alcance dos pontos. Para o manejo com grade o modelo de melhor ajuste para o P nas duas profundidades amostradas
foi o efeito pepita pura; já o K apresentou um modelo de linear sem patamar na profundidade de 0 a 20cm e um efeito pepita pura na profundidade de 20 a 40cm. Assim um melhor planejamento da amostragem de solo para análises, interpretação dos dados de laboratório e a correção da adubação para a cultura cafeeira em questão, deve ser reavaliado, em termos quantitativos e qualitativos.
Descrição:
Trabalho apresentado no Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil (3. : 2003 : Porto Seguro, BA). Resumos. Brasília, D.F. : Embrapa Café, 2003.