Resumo:
Dentre os fatores que influem a produtividade do cafeeiro está o ataque de insetos-praga as quais casam (causam) elevados danos à cultura. Assim, é de grande importância estudo dos fatores determinantes da intensidade de ataque das pragas para o planejamento de estratégias e táticas de manejo. Entre os principais fatores envolvidos em tal fenômeno estão os elementos climáticos, o controle biológico natural e fatores da planta. O bicho mineiro do cafeeiro Leucoptera coffeella (Guérin-Mèneville & Perrottet, 1842) (Lepidoptera: Lyonetiidae) constitui praga chave da cafeicultura devido a sua ocorrência generalizada nos cafezais e aos grandes prejuízos causados. Este lepidóptero é uma praga monófaga, atacando somente o cafeeiro. Seu ciclo
biológico varia de 19 a 87 dias (ovo: 5-10 dias, larva: 9-40 dias e pupa: 4-26 dias) e a longevidade do adulto é de 15 dias. As larvas se alimentam do parênquima foliar formando minas, o que causa redução da área fotossintetizante e senescência precoce das folhas atacadas causando grandes prejuízos na lavoura. O bicho-mineiro pode causar prejuízos na produção da faixa de 30%, prejuízos no rendimento e também na longevidade do cafeeiro. Nos cafezais o controle biológico do bicho mineiro é realizado por predadores e parasitóides e entomopatógenos. Os principais parasitóides são pertencentes a ordem Hymenoptera. Entre as principais espécies de parasitóides do bicho mineiro estão os Hymenoptera das famílias: Braconidae (Hymenoptera) Colastes letifer Mann e Mirax sp. e os: Eulophidae (Hymenoptera) Cirrospilus sp., Closterocerus coffeella Ihering, Horismenus sp. e Proacrias sp. Assim, este trabalho objetivou estudar a relação existente entre a densidade de parasitismo por himenópteros e o ataque do bicho-mineiro do café L. coffeella . Esta pesquisa foi realizada em plantação de café Catuaí no Campus da Universidade Federal de Viçosa. Verificou-se que o número médio de minas de L. coffeella no dossel das plantas de café foi decrescente durante o período de agosto de 2000 a agosto 2001. A redução no número de minas foi mais intensa nos meses de agosto de 2000 a março de 2001, passando de 2,9, 2,86 e 3,09 para 0,43, 0,24 e 0,36 minas por par de folhas no ápice, meio e na base das plantas de café, respectivamente. Do mês de março de 2000 até o final das avaliações em agosto de 2001, a redução no número de minas foi menor ou não ocorreu chegando a 0,48, 0,18 e 0,19 minas por par de folhas no ápice, meio e base das plantas de café, respectivamente. Verificou-se que as porcentagens médias de lagartas de L. coffeella parasitadas no dossel das plantas de café foram reduzidas do início das avaliações até o mês de fevereiro de 2001 chegando a 1,56, 8,10 e 0,00% de lagartas parasitadas no ápice, meio e na base das plantas de café, respectivamente. A partir de março de 2000 a agosto de 2001 verificou-se uma elevação nas porcentagens médias de lagartas de L. coffeella parasitadas chegando a 33,85, 33,45 e 56,81% de lagartas parasitadas no ápice, meio e na base das plantas de café, respectivamente. Não verificou-se correlações significativas entre as taxas de parasitismo e as intensidades de ataque do bicho mineiro ao
cafeeiro.
Descrição:
Trabalho apresentado no Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil (3. : 2003 : Porto Seguro, BA). Resumos. Brasília, D.F. : Embrapa Café, 2003.