Resumo:
A irrigação já se enquadra como prática usual na cafeicultura brasileira, principalmente onde existem restrições hídricas ao pleno desenvolvimento da cultura. Atualmente nota-se uma grande demanda por informações conclusivas sobre a irrigação e as tecnologias que acompanham esta prática. O planejamento e a operação de um projeto de irrigação devem ser baseados em conhecimentos das inter-relações do sistema água-solo-planta- atmosfera e no manejo racional da irrigação, devendo ainda considerar os aspectos sociais e ecológicos da região. Por meio destas considerações pode-se maximizar a produtividade e a eficiência no uso da água, minimizar os custos de mão-de-obra, de capital e mantendo-se condições de umidade do solo favoráveis ao bom desenvolvimento da cultura irrigada. Novas tecnologias estão surgindo com o intuito de otimizar o uso da água e insumos, fatores determinantes para o incremento de produtividade de nossas lavouras. Dentro desse contexto a fertirrigação vem sendo estudada com o objetivo de fornecer aos agricultores o melhor aproveitamento de seu sistema de irrigação, reduzindo seus custos. Este trabalho teve por objetivo avaliar as diferenças de produtividade e crescimento vegetativo entre lavouras de café manejadas com utilização de irrigação e lavouras cafeeiras não irrigadas. Este experimento está sendo conduzido na Área de Observação e Pesquisa em Cafeicultura Irrigada, Fazenda Pélmio, no município de Viçosa, Minas Gerais, para avaliar os efeitos da irrigação na produção e crescimento vegetativo do cafeeiro. O experimento está implantado em cafeeiros de 3 anos de idade e constam de tratamentos não irrigados e irrigados por gotejamento. Os tratamentos são compostos por 10 plantas úteis em 3 repetições. As lâminas de irrigação foram calculadas através do software IRRIGA
(SISDA), utilizando dados meteorológicos coletados em uma estação meteorológica automática instalada próxima ao local do experimento. As fertirrigações foram recomendadas a partir de resultados de análises de solo coletadas na área, e as demais técnicas de manejo da cultura foram realizadas de forma convencional.. Foram feitas avaliações do sistema de irrigação por gotejamento, a fim de verificar a uniformidade de distribuição de água. O delineamento experimental é o DIC (delineamento inteiramente casualizado), composto por 2 tratamentos com três repetições. Para a avaliação de produtividade foram colhidos os grãos das parcelas experimentais, secos a 12% de umidade, beneficiados e os valores convertidos para produtividade de café beneficiado (60 kg) por hectare. Para a determinação do crescimento vegetativo foram contados os números de entrenós gerados no ano de avaliação de quatro ramos plagiotrópicos por planta. As avaliações de produtividade foram realizadas, obtendo-se os valores de 87 e 54,8 sc/ha de café beneficiado para os tratamentos fertirrigados e não irrigados, respectivamente. Foram contados os números de entrenós para verificar o crescimento vegetativo, obtendo-se os valores médios de 12,23 e 9,73 entrenós para os tratamentos fertirrigados e não irrigados. O valor de uniformidade de distribuição (CUD) foi de 86 %. Comparando o mesmo com os valores recomendados por MERRIAM e KELLER (1978), pode-se classificá-lo como boa uniformidade. De acordo com os dados analisados acima pode-se concluir que a utilização da irrigação se mostra responsiva ao incremento de produtividade de cafeeiros, para tais condições. O bom valor de uniformidade de distribuição
de água do sistema de irrigação por gotejamento mostra ser viável a prática da fertirrigação nessa condição.
Descrição:
Trabalho apresentado no Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil (3. : 2003 : Porto Seguro, BA). Resumos. Brasília, D.F. : Embrapa Café, 2003.