Resumo:
A espécie Coffea canephora responde por 25% da produção mundial de café, sendo o Brasil um dos maiores produtores. O Estado de Rondônia é o segundo maior produtor brasileiro, com uma produção de 1.390.000 sacas na safra 2000/2001. As lavouras rondonienses de café robusta, em sua maioria, apresentam baixa produtividade e baixo desempenho quanto à qualidade do produto final. Geralmente, os plantios são realizados com mudas provenientes de sementes, havendo grande desuniformidade das plantas com relação à produção, resistência a doenças, tipo de fruto, ciclo de maturação, etc. A formação de cultivos uniformes com o uso de cultivares produtivas, com diferentes ciclos de maturação, é uma excelente alternativa para aumentar a produção, melhorar a qualidade e otimizar o uso da mão de obra e dos equipamentos de beneficiamento disponíveis. O presente trabalho teve como objetivo avaliar preliminarmente o desempenho de 49 clones de café conilon de maturação intermediária. O experimento foi instalado na Estação Experimental da Embrapa Rondônia, localizada no município de Ouro Preto do Oeste - RO, a 10° 45’ de latitude sul, 62° 15’ de longitude oeste e cerca de 300m de altitude. O clima da região é do tipo Am (Köppen), com temperatura média anual de 25°C, 80% de UR e precipitação de 2000mm anuais, com período de estiagem entre julho e setembro. O solo é do tipo latossolo vermelho escuro eutrófico e relevo suavemente ondulado. Utilizou-se delineamento de blocos casualizados, com quatro repetições e parcelas de duas plantas propagadas vegetativamente. Os 49 genótipos foram compostos por clones de plantas selecionadas em áreas de produtor no Estado de Rondônia. O plantio foi realizado em dezembro de 1998, no espaçamento de 3,0m x 1,5m e as avaliações foram realizadas
entre janeiro e junho de 2002. Os clones foram avaliados quanto à produção de café beneficiado, em sacos (60kg)/ha. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Skott & Knott a 5 %. A análise de variância permitiu observar diferenças altamente significativas entre os tratamentos, pelo teste F (P> 0,01), o que demonstra a existência de variabilidade entre os genótipos quanto à produção de café beneficiado. A média geral do experimento foi de 39,7 sacas/ha, o que representa um incremento de quase 400% em relação à média geral do Estado, que é de cerca de 10,0 sacas/ha. Os clones CPAFRO 160, CPAFRO 56, CPAFRO 47, CPAFRO 125, CPAFRO 203, CPAFRO 63, CPAFRO 189 apresentaram elevadas estimativas de produção, superando 60 sacas/ha. Embora sejam estimativas de um ano isolado (segunda safra), os resultados fornecem uma boa idéia do potencial produtivo dos genótipos avaliados.
Descrição:
Trabalho apresentado no Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil (3. : 2003 : Porto Seguro, BA). Resumos. Brasília, D.F. : Embrapa Café, 2003.