Resumo:
A espécie Coffea canephora responde por 25% da produção mundial de café, sendo o Brasil um dos maiores produtores. O Estado de Rondônia é o 2º maior produtor brasileiro, com uma produção de 1.390.000 sacas na safra 2000/2001. O espaçamento tradicionalmente utilizado pelos produtores de café conilon em Rondônia é de 4,0 m entre linhas e 3,0 entre plantas, conduzidas em livre crescimento. Esse esquema de condução favorece ao "fechamento" das linhas de cultivo, entre oito a dez anos de idade e conseqüentemente, contribui para redução na produtividade e qualidade do produto, dificuldades na execução das práticas culturais e elevação do custo de produção. O objetivo deste trabalho foi estudar a influência de diversos espaçamentos e sistemas de condução sobre o desempenho de cafeeiros da cultivar Conilon. O experimento foi instalado na
Estação Experimental da Embrapa Rondônia, localizada no município de Ouro Preto do Oeste - RO, a 10° 45’ de latitude sul, 62° 15’ de longitude oeste e cerca de 300m de altitude. O clima da região é do tipo Am (Köppen), com temperatura média anual de 25°C, 80% de UR e precipitação de 2000mm anuais, com período de estiagem entre julho e setembro. O solo é do tipo Latossolo vermelho escuro eutrófico e relevo suavemente ondulado. Foram testados seis espaçamentos (3,5x1,0; 3,0x1,5; 3,5x1,0; 3,5x1,5; 4,0x1,0; 4,0x1,5) combinados com cinco sistemas de condução (1, 2, 3, 4 hastes e livre crescimento). Utilizou-se delineamento de blocos casualizados, com três repetições e parcelas subdivididas, considerando-se o espaçamento como
parcela e o número de hastes como subparcela. Foram avaliadas as seguintes características: produção de café beneficiado, rendimento, tipos de sementes, qualidade do produto (tipo e bebida), frutos com lojas vazias, altura de planta, diâmetro da copa e número de ramos ortotrópicos. Os dados foram submetidos a analise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Duncan. Foram verificadas diferenças significativas (Pe"0,05), entre as parcelas para todas as variáveis analisadas, o que demonstra a influência do espaçamento sobre o comportamento vegetativo e reprodutivo da planta. Nas subparcelas, foram
verificadas diferenças estatísticas, entre os tratamentos, apenas no caso da altura média e do diâmetro médio de planta. As subparcelas nas quais não houve o controle do número de haste apresentaram maiores valores para os parâmetros diâmetro e altura da copa, devido ao número elevado de ramos ortotrópicos por planta. Todos os tratamentos mostraram baixa porcentagem de frutos com lojas vazias. A produtividade média do experimento foi de 62 sacas/ha, que representa cerca de seis vezes a produtividade média do Estado. O melhor desempenho foi observado no espaçamento de 3,0m x 1,5m e os piores nos espaçamentos 4,0m x 1,0m e 4,0 x 1,5m, o que sugere uma melhor adequação de espaçamentos semi-adensados, em detrimento daqueles mais amplos, pelo menos até a quarta colheita. A média dos tratamentos com quatro hastes superou a média daqueles sob livre crescimento em 13 %. Até a quarta colheita, observou-se uma tendência de maiores produções nos tratamentos com espaçamentos menores e com número de hastes controladas.