Resumo:
As tecnologias atualmente recomendadas para a cafeicultura nos países tropicais, têm sido o manejo intensivo de monocultivo auto-sombreado, através do aumento da população de plantas por unidade de área, ou seja, o uso de plantios adensados, onde se pode incrementar a produção duas ou três vezes, quando comparada com os sistemas mistos tradicionais e, ou convencionais. Apesar de serem obtidas produções superiores em monocultivo e com manejo intensivo nos cafezais, um contingente considerável de agricultores no Estado, vem tomando a iniciativa de plantar árvores em suas lavouras. Os sistemas envolvendo arborização de lavouras de café Robusta são utilizados não apenas para o enriquecimento de cafezais decadentes, como também para minimizar custos de produção, em razão do alto preço de aquisição de insumos, corretivos e defensivos. O alto custo da mão-de-obra aliada à baixa produtividade leva os agricultores procurarem adotar estratégias que
possibilitem a redução de custo de manutenção das lavouras, como os consórcios.A inclusão de árvores nas lavouras cafeeiras, é uma tentativa de se obter sustentabilidade, a través do manejo e das interações ecológicas e econômicas entre os componentes destes sistemas. O trabalho, ao avaliar as experiências de agricultores, que consorciam árvores em lavouras de cafeeiras, obteve informações sobre as principais potencialidades e limitações deste tipo de prática de uso da terra em Rondônia. Foram analisados sistemas com café arborizado, com idade que variavam entre 5 a 20 anos em 25 propriedades. Dos produtores visitados, 16% receberam capacitação por parte da extensão rural oficial, de sobre como plantar e manejar as árvores em lavouras cafeeiras. Devido ao conhecimento limitado sobre estratégia de manejo e conhecimento do desenvolvimento e crescimento das espécies, as associações café-árvore apresentam combinações, muitas vezes, sem critérios
técnicos. Os cafezais consorciados são geralmente implantados em sistemas de produção tradicional, com o café espaçado a 4,0 m x 2 m e a inclusão do componente árvore tem espaçamentos variados. Algumas vezes as espécies apresentam-se como árvores dispersas, com localização aleatória, idade variada, já que muitas vez são produto de regeneração natural. A produtividade, pelas características dos arranjos no campo, não variam em relação as lavouras em monocultivo. Os agricultores não levam em consideração o tipo de raiz, forma da copa e tamanho da árvore, porém o objetivo sempre é produzir madeira para o mercado.
Descrição:
Trabalho apresentado no Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil (3. : 2003 : Porto Seguro, BA). Resumos. Brasília, D.F. : Embrapa Café, 2003.