Resumo:
A ferrugem-do-cafeeiro, causada por Hemileia vastatrix Berk.et Br. é a principal doença que ocorre na cultura do café, sendo um dos agentes responsáveis por acentuar o ciclo bienal e reduzir a produtividade da cultura. Para as cultivares suscetíveis à doença, o controle tem sido feito por meio de fungicidas, nem sempre aplicados no momento oportuno, frustrando o controle e aumentando os gastos com o pesticida. A amostragem para quantificar o índice de ataque, quando efetuada de forma adequada, é um instrumento que pode diminuir as aplicações desnecessárias, bem como evitar que a doença assuma proporções que causem prejuízo econômico, sem que o controle seja realizado. Entretanto, deve-se levar em consideração, para efeito de amostragem, a distribuição do patógeno nas plantas. O estudo teve como objetivo avaliar a distribuição da doença, em relação à face exposta da planta, em cafeeiro cultivado no sistema adensado. O trabalho foi realizado no município de Santa Amélia (PR), durante o período de 21/12/2001 a 8/5/2002, em cafeeiro Catuaí Vermelho com 4 anos, plantado no espaçamento de 2,50 m x 0,50 m. Cada tratamento constou da coleta no terço inferior em 50 plantas de 2 folhas/planta, totalizando 100 folhas/tratamento a cada 10 dias. Foi utilizada uma bússola para orientação azimutal. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, sendo os resultados submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (P<0,05). O aparecimento do fungo teve início em janeiro, sendo constatadas apenas algumas pústulas na face Sul (1,0 %). No início de março, foram observados 5,5 % de folhas infectadas na face Sul e 3,5 % na face Oeste, sendo apenas de 0,5 % nas faces Norte e Leste. A diferença no número de folhas atacadas, em cada quadrante, foi mais acentuada com o desenvolvimento da doença. O número de folhas infectadas na avaliação de 8/5/02 foi de 84,3 % na face Sul, e apenas 6,9 no quadrante Norte, portanto uma diferença de 12 vezes. Os quadrantes Sul e Oeste apresentaram o mesmo número de folhas atacadas, sendo sempre maior que o número de folhas com a doença nas faces Leste e Norte. Os dados sugerem que as avaliações devem ser conduzidas, em qualquer época da fase crescente da doença, com rigor, nas faces Sul ou Oeste.
Descrição:
Trabalho apresentado no Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil (3. : 2003 : Porto Seguro, BA). Resumos. Brasília, D.F. : Embrapa Café, 2003.