O presente trabalho foi desenvolvido na fazenda Laje, uma das "Áreas de observação e pesquisa em cafeicultura irrigada" implantada pela UFV. Esta área está localizada a 15 km do centro do município de Viçosa (latitude 20 o 75’ S, longitude 42 o 88’ W e altitude média de 648 m). O objetivo deste trabalho consistiu em obter informações que possam auxiliar no conhecimento das relações existentes entre o déficit hídrico, expresso como potencial hídrico de antemanhã (Yam), e a abertura floral do cafeeiro, visando concentrar as floradas. Foram estudados os seguintes tratamentos: D1: não-irrigado; D2:
irrigado sem interrupção; D3: irrigado com interrupção da irrigação por 30 dias (junho); D4: irrigado com interrupção da irrigação por 60 dias (junho e julho); D5: irrigado com interrupção da irrigação por 30 dias (julho); e D6: irrigado com interrupção da irrigação por 60 dias (julho e agosto). Os tratamentos continham um total de 50 plantas, das quais foram sorteadas oito ao acaso. Nestas plantas foram escolhidos aleatoriamente dois ramos plagiotrópicos do terço médio superior de cada planta, ramos nos quais foi feita a contagem do número de flores existentes. A contagem do número de flores em cada florada foi realizada
no estádio 5 de desenvolvimento. Não houve quebra da dormência dos botões florais, para qualquer déficit imposto, mesmo quando o yam alcançou -0,8 Mpa, após 30 dias de déficit, e até mesmo -1,2 e -1,9 MPa após 63 e 90 dias, respectivamente, porque o déficit hídrico foi aplicado antes de o botão floral se tornar sensível. A quebra da dormência dos botões florais ocorreu para todos os tratamentos após ocorrência de precipitações, mesmo com o yam de -0,2 MPa. A quebra da dormência dos botões florais só ocorreu quando estes se encontravam no estádio 4 de desenvolvimento. Aparentemente existe sinergismo
entre fatores climáticos, como precipitações, temperatura e déficit de vapor, agindo sobre o desenvolvimento do botão floral, levando a antese quando estes se encontram no estadio 4.
The present work was developed in Laje farm, one of the "Research and observation areas in irrigated coffee plants", implanted by UFV. This area is distanced 15 km far from the district of Viçosa, latitude 20 o 75' S, longitude 42 o 88' W, and medium altitude of 648 m. The objective of this work consisted in obtain informations, so that can aid in the knowledge of the existent relationships among the water deficit, expressed as predawn water potential (Yam) and the floral opening of coffee plants, seeking to concentrate the flowers opening. The following treatments were studied; D1: Not irrigated; D2: Irrigated without interruption; D3: Irrigated with irrigation interruption by 30 days (June); D4: Irrigated with irrigation interruption by 60 days (June and July); D5: Irrigated with irrigation interruption by 30 days (July); D6: Irrigated with irrigation interruption by 60 days (July and August). The treatments contained a total of 50 plants, in which eight were raffled by chance. In these plants were chosen two plagiotropics branches of the superior third medium of each plant, branches in which were determined the number of existent flowers. The number of flowers determinated in each flowers opening, was accomplished in the stadium 5 of development. The flower bud dormancy was broken, for any deficit imposed, same when yam reached -0,8 Mpa, after 30 days of deficit, and even -1,2 and -1,9 MPa after 63 and 90 days respectively, because the water deficit was applied before the floral bud to be sensitive. The flower bud dormancy breakage did happen for all the treatments after occurrence of precipitations, even when yam was -0,2
MPa. The flower bud dormancy breakage only happens when these met in the stadium 4 of development. Seemingly, exists a interaction among climatic factors as precipitations, temperature and vapor deficit, acting on the development of floral bud, taking the anthesis when these meet in the stadium 4. Key words : coffee, water deficit flowering.