Os Estados de Minas Gerais e São Paulo são os maiores produtores nacionais de café arábica, razão pela qual qualquer alteração na oferta desta "commodity", nestes Estados, poderá refletir nos preços internos e externos do café. Assim, a integração espacial (co-movimentação dos preços em diferentes locais, medida pela correlação entre os preços) do mercado de café arábica nos Estados de Minas Gerais e São Paulo é de suma importância para a formulação de políticas governamentais para o setor, bem como para os agentes dessa cadeia produtiva, pois choques de preços em uma região podem ser transmitidos a outras regiões, levando a incertezas a respeito dos preços e rendas. Um dos instrumentos para minimizar os riscos de volatilidade de preços é o "hedge" (proteção), que utiliza contratos futuros que podem ser feitos no mercado nacional ou internacional. O objetivo deste estudo foi analisar a integração espacial do mercado de café arábica nos Estados de Minas Gerais e São Paulo, bem como as operações de "hedge" efetuadas pelos agentes dessa cadeia agroindustrial junto à BM&F e à CSCE. O período utilizado para análise foi de setembro de 1996 a outubro de 2000. Utilizou-se a teoria de co-integração (Teste de Raiz Unitária, Teste de Co-integração, Vetor de Correção de Erros e Teste de Causalidade de Granger) para analisar a integração espacial e utilizaram-se os modelos analíticos para estimação da razão de "hedge" ótima e da efetividade do "hedge". Os resultados permitem concluir que: (i) o mercado de café arábica do Cerrado, Sul de Minas, Mogiana e Paulista são integrados espacialmente, o que sugere que a difusão do fluxo de informação entre os agentes desta cadeia agroindustrial, nesses mercados, se transmita com rapidez e que o mecanismo de arbitragem funcione nesses mercados (estes mercados são eficientes, havendo, portanto, relação de equilíbrio no longo prazo); e (ii) as operações de "hedge", efetuadas na BM&F, são mais eficientes que as efetuadas na CSCE, o que sugere que a BM&F, por situar-se mais próxima dos produtores nacionais, disponibiliza contratos futuros cujos objetos são mais adequados a estes.
The States of Minas Gerais and São Paulo are Brazil’s leading arabica coffee producers. Therefore, any alterations in the supply of this commodity in these states may reflect both in the internal and in the external prices of coffee. Thus, the spatial integration (co-movement of prices in different locations, measured by means of the correlation among prices) of arabica coffee markets in the states of formulation Minas Gerais and São Paulo is of great importance for the of governmental policies (agricultural policies and regulator policies) for the sector, as well as for the private agents of this productive chain, once price shocks in a region may be transmitted to other regions, leading to uncertainties concerning prices and income. The objective of this study is to analyze the integration of the arabica coffee market in the states of Minas Gerais (Cerrado and South of Minas) and São Paulo (Mogiana and Paulista), as well as the hedge operations carried out by the agents of this productive chain at BM&F and CSCE. In this study, time series of prices from September 1996 to October 2000 are used. The co-integration theory (Unit Root Test – Dickey-Fuller Augmented, Co-integration Test – Test of Johansen, VEC – Vector Error Correction and Granger’s Causality Test) is used to analyze the spatial relations. Price differences (legged and non-legged) were used for estimating models for optimal hedge ratios and hedging effectiveness. The results allows one to conclude that the arabica coffee markets of Cerrado, South of Minas, Mogiana and Paulista are spatially integrated, suggesting that the diffusion of information among the agents of the productive chain in these markets is transmitted quickly and that the arbitrage mechanism operates in these markets as well. In other words, these markets are efficient, mainly due to their proximity to each other. Coffee prices in these regions present, therefore, a relation of equilibrium in the long run. The results also admits the conclusion that the hedge operations carried out at BM&F are more effective than the operations carried out at CSCE. This was already expected, since BM&F is more closely located to the national producers and is, therefore, able to design futures contracts more adequate to the characteristics of these producers.