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Hoje faremos dois respingos em obras de dois Mario. Referimo-nos a Mario de Andrade e a Mario Nema. Mario de Andrade – Mario Raul de Morais Andrade – nasceu nesta Capital a 9 de outubro de 1893. Seu nome fulgura na música, no folclore, no etnografia, na história, na história, na literatura, nas artes. Foi autor e produto dessa pauliceia desvairada. Sua bibliografia é extensa. Em 1941 a Editora Guaira Limitada, de Curitiba, publicou na Coleção Caderno Azul o livro de Mario de Andrade intitulado ‘Música do Brasil’. Esse livro abriu aquela coleção. Dele extraímos este tópico: ‘Observe-se agora um dos nossos mais curiosos casos musicais. A expansão extraordinária que teve o piano dentro a burguesia do Império foi perfeitamente lógica e mesmo necessária. Instrumento completo, ao mesmo tempo solista e acompanhador do canto humano, o piano funcionou na profanização da nossa música, exatamente como os seus manos, os clavicímbalos, tinham funcionado na profanização da música europeia. Era o instrumento por excelência da música do amor socializado com casamento e benção divina, tão necessário à família como o leito nupcial e a mesa de jantar. Mas, eis que, contradizendo a virtuosidade musical de palco, que durante o Império esteve muito principalmente confiada entre nós a cantores, flautistas e violinistas, o piano pula para o palco e vai produzir os primeiros gênios do nosso virtuosismo musical. |
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