Resumo:
A tradicional Sociedade Rural Brasileira reúne a elite cafeeira de São Paulo. Entre os nomes de seus quadros diretivos escolhemos para uma menção especial o de Rural Diederichsen, antigo fazendeiro, e profundo conhecedor dos meandros da comercialização do ‘ouro verde’. Dele se poderia dizer que conhece o café ‘da semente à xícara. De temperamento introspectivo, possui a ponderação do mineiro, aliada a uma metodologia verdadeiramente germânica. Excessivamente reservado na formulação de conceitos sobre a política cafeeira, tem sido, por isso mesmo considerado o ‘maior inimigo’ dos jornalistas. Luiz Piza Sobrinho considera essa uma de suas grandes virtudes, a despeito de também ter sido homem de imprensa. ‘De café’, costuma dizer, ‘quando menos se falar, melhor’. Pois é esse cafeicultor, antigo presidente do Instituto Brasileiro do Café, ex-diretor do Departamento de Café da Sociedade Rural Brasileira, tendo ocupado a presidência da tradicional agremiação, que escolhemos para O Café nos Livros deste mês. [...] ‘Farei um rápido retrospecto da política cafeeira no Brasil, no passado, sua posição na atualidade – e farei um apelo para orientarmos a nossa política, no futuro, de comum acordo com todos os interessados e aproveitando as lições que nos vêm do passado. Como estou falando diante de um público conhecedor de assuntos cafeeiros, não pretendo cansá-los com estatísticas e detalhes, mas simplesmente recordar fatos do passado e suas repercussões no presente que são conhecidos de todos, mas nem sempre lembrados’.