Apesar de ter evoluído em ambientes sombreados, o café conilon (Coffea canephora) vem sendo cultivado tradicionalmente a pleno sol. Atualmente, há um interesse crescente em cultivar-se o café em sistemas arborizados e, portanto, sob algum grau de sombreamento. Neste trabalho, procurou-se contrastar dois clones de café conilon, o 109A (relativamente sensível ao estresse oxidativo) e o 120 (relativamente tolerante ao estresse oxidativo) para explorarem-se suas respostas fisiológicas à disponibilidade de luz e, assim, examinar a plasticidade do café conilon às variações de irradiância. O experimento foi conduzido em uma lavoura com fileiras de seringueira plantadas perpendicularmente às fileiras do café, no sentido norte-sul, e o café, no sentido leste-oeste. As posições de avaliações foram: oeste, meio e leste da linha de café. Ainda que as taxas fotossintéticas tenham sido baixas, não se observou, ao longo do dia, fotoinibição da fotossíntese, mesmo em plantas mais expostas à radiação solar. De modo geral, as folhas do cafeeiro, independentemente dos clones e posições avaliadas, apresentaram capacidades similares de dissipação da irradiância em processos fotoquímicos e não-fotoquímicos. Ambos os clones apresentaram variações na inclinação foliar ao longo do dia, independentemente do status hídrico foliar. As atividades das enzimas antioxidantes tenderam, geralmente, a ser ligeiramente menores no clone 120 que no clone 109A; contudo, a peroxidação de lipídios, o extravasamento de eletrólitos e a concentração de peróxido de hidrogênio foram similares nos clones e nas posições avaliadas. Sugere-se que o sombreamento, na media em que pode contribuir para um status hídrico mais favorável, pode ser uma alternativa promissora para reduzir-se a quantidade de água usada na irrigação, ou para aumentar a eficiência do uso da água em lavouras de café conilon.
Despite being evolved in shady environments, robusta coffee (Coffea canephora) has been traditionally cropped at full exposure. Currently, there is an increasing trend for growing coffee shrubs under taller trees, thus under some degree of shade. In this study, two clones of robusta coffee, 109A (relatively sensitive of oxidative stress) and 120 (relatively tolerant) were compared in order to explore their physiological responses to light availability, and to examine their plasticities to varying irradiance. The experiment was conducted in the field with rows of rubber trees (north-south orientation) planted perpendicularly to the coffee rows (east-west orientation). The evaluations were carried out in the east, middle and west of the coffee hedgerows. Although their photosynthetic rates were very low, photoinhibition of photosynthesis over the course of the day was not detected, even in the more exposed plants to solar radiation. Generally, regardless of treatments, coffee leaves showed similar abilities to dissipate irradiance through photochemical and non-photochemical processes. Leaf inclination changed over the course of the day in both clones, regardless of leaf water status. Overall, activities of antioxidant enzymes tended to be slightly lower in clone 120 than in clone 109A. However, lipid peroxidation, electrolyte leakage and hydrogen peroxide concentration were all similar irrespective of treatments. It is proposed that shading, as it can contribute to a better plant water status, may be a promising alternative to reduce the amount of water employed in irrigation systems or, alternatively, to increase the water-use efficiency of robusta coffee stands.