Com o intuito de alcançar maiores produtividades de café, cafeicultores começaram, a partir da década de 80, a fazer uso do processamento pós-colheita de café, a fim de garantirem uma qualidade superior de seu produto. Porém, com o processamento, houve o surgimento de outro problema a água residuária de café (ARC) que passou a contaminar rios, ribeirões, solos, lençol freático, etc. Este trabalho teve como objetivo utilizar a ARC na produção de mudas de café verificando sua viabilidade e a capacidade de a ARC em suprir as necessidades das mudas com relação ao potássio, quando estas não recebem cloreto de potássio no solo utilizado. O trabalho foi desenvolvido na Faculdade de Ciências Agronômicas – UNESP, Botucatu – SP em uma casa de vegetação localizada no Departamento de Engenharia Rural, consistiu de 10 tratamentos em um fatorial 5x2 (5 proporções de água residuária de processamento pós-colheita do café – 0%, 25%, 50%, 75% e 100% - e presença ou ausência de cloreto de potássio no solo utilizado), com 4 repetições dispostos em delineamento inteiramente casualizados. A ARC foi aplicada a cada 48 horas com uma lâmina de 10 mm. Após 6 meses, foram avaliadas características vegetativas das plantas e características químicas do solo e das plantas. Constatou-se que os tratamentos com a presença de cloreto de potássio foram estatisticamente inferiores aos tratamentos que não apresentavam KCl em seu solo quanto às características vegetativas. Com o aumento das proporções de água residuária, houve um decréscimo nas características vegetativas, porém um acréscimo nas características químicas do solo. Além disso, os tratamentos sem a presença de KCl e com 0% e 25% de água residuária de café foram estatisticamente iguais, mostrando a viabilidade no uso da ARC na produção de mudas de café, desde que o solo não contenha KCl e que a água utilizada seja uma mistura de 25% de ARC com 75% de água comum.
Intending to achieve better results on coffee production, the coffee producers began, since the 80s to process the coffee post harvest, in order to ensure product ́s superior quality. But, with the processing, other problem appeared, the coffee wastewater (ARC – água residuária de café), which start the contamination of rivers, creeks, soil, water tables etc. This paper had as main objective to use the ARC on the coffee plants ́ production verifying its viability and to verify if the ARC is able to supply the coffee needs relating to potassium when these don’t receive potassium chloride in the composition. The work was developed at Faculdade de Ciências Agronômicas – UNESP, Botucatu – SP in a greenhouse located at Departamento de Engenharia Rural. The work consisted of 10 treatments on a 5x2 factorial (5 wastewater proportions of coffee after the harvest processing - 0%, 25%, 50%, 75% and 100% – and potassium chloride presence or absence in the soil), with 4 repetitions made in delineation entirely design. The ARC was applied each 48 hours with a blade of 10 mm. After 6 months, the plants vegetative characteristic had been evaluated as well the chemical characteristics of the soil and of the plants. We observed that the treatments with potassium chloride presence had been statistically inferior to the treatments which did not present KCl in its soil related the vegetative characteristics. Moreover, with the increase of the wastewater proportions, it happened a decrease in the vegetative characteristics, however an addition in the chemical characteristics of the soil. Also, the treatments without KCl presence and with 0% and 25% of coffee wastewater had been statistically equal, showing the viability in the use of the ARC in the production of coffee plants, since the soil does not contain KCl and that the water used in the soil was a mixture of 25% of ARC with 75% of common water.