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Resumo e conclusões: 1) - O presente experimento foi dirigido no intuito de estudar:- a) - os efeitos do fósforo, ferro, manganês,
zinco, cobre e molibdênio sobre o crescimento e composição química do cafeeiro (Coffea arabica L., var. Caturra K.M.C.). b) - a interdependência dos elementos citados e a dêstes com os macronutrientes. c) - os sintomas que apareceram. Para tal, cultivamos as plantas na estufa, em solução nutritiva, com três níveis dos elementos supra-citados - nível zero, em que deixamos de fornecer um dêsses elementos (-P, -Fe, -Mn, -Zn, -Cu, -Mo) - nível um (plantas testemunhas), em conformidade com a solução 2 de HOAGLAND e ARNON (1950), tanto para os macronutrientes como para os micronutrientes - nível dois, com maior dosagem do elemento suprimido no nível zero e que veio a ser: para P - 310 p.p.m. (+P); Fe - 28 p.p.m. (+ Fe); Mn - 12,5 p.p.m. (+ Mn); Zn - 1,25 p.p.m. (+ Zn); Cu - 0,5 p.p.m. (+Cu) e para Mo - 0,25 p.p.m. (+ Mo). Fizemos 13 tratamentos com 4 repetições para as plantas testemunhas e 2 para os restantes. O pH das soluções foi mantido entre 5,0 - 5,5. 2) - A análise estatfstica revelou, no que concerne o peso das plantas, que a testemunha era superior aos outros tratamentos, seguindo-se os tratamentos, +Zn, -Zn, -Mo, +Mo, -Cu, -Mn, -P, +Fe, +Cu. 3) - Quanto à altura total das plantas, resultou não diferir a testemunha dos tratamentos: -Mn, -Cu, +Mo, .mas diferir dos tratamentos: -Mo, -Zn, -P, +Zn, +Cu, +Fe. 4) - Fizemos cortes anatômicos das folhas e descrição morfológica das plantas dos diversos tratamentos. Para anotação das cores, utilizamos o "Atlas de los colores" de VILLALOBOS - DOMINGUEZ e VILLALOBOS (1947). Estabelecemos a seguinte relação para a clorose das folhas: +Mn > +Cu > +Zn > +P com uma cor verde amarelado desde LLG-14-9o ate' YYL-11-10o. O grau de toxidez das raízes obedece à seguinte gradação: +Mn > +Fe > +P > +Cu >+Zn > +Mo. Nas plantas testemunhas, as folhas novas são de cor verde claro (GGL-9-12o), que se vai acentuando ate' ser, quando maduras, bem intenso (GGL-5-12o). Os cloroplastos do parênquima paliçádico apresentam-se poliédricos,globosos e fusiformes. Nas células do mesófilo, ocorre um corpúsculo arredondado maior que os cloroplastos, de aspecto poroso e que dá a reação das graxas. As plantas -P paralisaram em seu crescimento, as raízes apresentaram uma coloração amarelo escuro (O-16-12o), as folhas novas revestiram um tom verde claro (LG-15-9o) com manchas verde azeitonado escuro (Y-6-3o) e as velhas, a mesma cor com manchas necróticas nas margens. Os cloroplastos da região manchada são pouco numerosos e alterados na forma e no tamanho. Muitas células possuem diminutos grânulos verdes, e apresentam o corpúsculo de matéria graxa. Nas plantas com +P, os cloroplastos têm, nos
parênquimas paliçádico e lacunoso, coloração verde e superfície granulosa, como se a clorofila se houvesse condensado em pequeninos grânulos. Nas plantas -Fe, a nervura principal e as secundárias são de cor verde escuro (GGL-5-12o) e a porção do limbo compreendida entre as nervuras e as veias, de côr verde amarelado (LE-17-12o). Os cloroplastos em ambos os parênquimas, estão separados uns dos outros e são de tamanho menor que os da folha testernunha, cor verde limão, de contorno irregular. Nas plantas com +Fe, o mesófilo é de aspecto quase nornal; os cloroplastos são menos numerosos que nas plantas testemunhas e no parênquima lacunoso, além de pouco abundantes, são esparsos, pequenos e fusiformes. Abundantes os corpúculos de matéria graxa, de tamanho reduzido. Nas plantas -Mn, as folhas são mais largas do que as das testemunhas. O limbo é pintalgado de pequeninos pontos ou "ilhas" amarelo esverdeado (Y-15-12o). As folhas velhas mostram manchas necróticas. As raízes, bem desenvolvidas, eram desde amarelo claro (OY-19-12o) até amarelo escuro (OOY-16-11o). Os cloroplastos do mesófilo são pequenos, numerosos, de forma variável. Tudo indica que se deu uma fragmentação dos cloroplastos. Nas plantas com +Mn, os cloroplastos das manchas, tanto no paliçádico como no lacunoso, são de cor verde pardacento, com grânulos de clorofila fusiformes sobre o estroma. Nas plantas com -Zn, o sistema radicular era regular e as folhas novas de tamanho pequeno apareciam dispostas em roseta na extremidade de alguns ramos. Cloroplastos escassos, esmaecidos, extremamente pequenos. Iguais características notamos nos cloroplastos das plantas com +Zn. Nas plantas -Cu, as folhas apicais apresentam-se enroladas, com coloração verde garrafa vivo (T-8-10o). O limbo das folhas verdes é de cor verde pálido (GGL-19-9o). As folhas destacam-se com facilidade e as raízes são de cor marron claro (OOS-15-7o). Os cloroplastos do mesófilo, pequenos, descorados e de forma irregular. Nas plantas com +Cu e +Fe, observamos retardamento no crescimento e internódios bem curtos. Nas com +Cu, as células do mesófilo são de forma irregular. Alguns possuem um conteúdo pardacento. Produziram-se alterações no cloroplasto tanto na forma como no tamanho e cor. Não encontramos diferenças morfológicas entre as folhas com -Mo, +Mo e as testemunhas. Em ambos os tratamentos (-Mo e +Mo) notamos formação de raízes novas, que apresentam coloração acinzentada (OOY-10-11o). Os cloroplastos no parênquima lacunoso estão, também em ambos os tratamentos, em fase de fragmentação, apresentando-se pequenos, à maneira de grânulos esféricos. 5) - Das análises químicas, colhemos os seguintes resultados: a) - na ausência de -P, observamos alto teor de nitrogênio nas folhas, caule, raíz, provavelmente para obtenção do equilíbrio eletrostático. Obtivemos também um alto teor de K e um alto teor de Fe nas foIhas, o que indica, no úItimo caso, que não se deu a precipitação do Fe. A falta de Mn determinou um aumento no teor de N e forte acumulação de Zn nas raizes. A falta de Zn determinou um teor baixo de P nas folhas e menor absorção de Mn. A faIta de Fe determinou alto teor de N. A falta de Cu, maior absorção de Zn e baixo teor de Mo. b ) - ao aumento do nível de P, corresponde maior teor de Mg. Isso sugere que o Mg funciona como transportador do P na planta, e a importância a ser dada à aplicação do elemento Mg no solo para que o fósforo presente possa ser utilizado eficientemente. Ao mesmo tempo observamos um decréscimo nos teores de Fe. Ao aumento do nível de Fe, baixo teor de P nas folhas e caule e
aIto teor nas raízes. O alto nível de Fe diminuiu o teor de Mn nas raízes e foIhas. O alto nível de Mn trouxe grande acumulação de Fe nas raizes e de Ca nas fôlhas. O mesmo acontece com o excesso de Zn, refletindo-se na acumulação de Fe nas raízes. O excesso de Mo acarretou diminuição na absorção de Zn. Curioso, anotar, nesse caso, um aumento no teor de Ca nas
folhas, como também uma acumulação de S nas raízes. No alto nível de Cu, verificamos alto teor de S nas fôlhas. Quiçá, existe uma interação entre o Cu e os compostos sulfídricos para ativação de certos sistomas enzimáticos, como já foi mencionado na revisão da literatura. c ) - no tratamento com e sem Mn, o nível de Mo varia inversamente com o do Mn Com e sem Fe, a absorção de Zn varia inversamente com o nível do Fe. Esses fatos podem ser interpretados como resultado de uma competição interiônica entre estes elementos. d ) - o teor de Mo aumenta tanto na ausência como no excesso de Zn. e ) - após as conclusões apresentadas, uma outra se nos impõe. É que, examinando as tabelas III a VIII, vemo-nos forçados a expender uma última observação:- os macronutrientes estão na dependência dos micronutrientes. Até que ponto, perguntamos, podemos acreditar na diagnose foliar? Citamos um simples exemplo: no tratamento com o alto nível de ferro (+Fe), o teor em P é maior nas raízes e baixo nas folhas e caule. De acordo com a diagnose foliar, diríamos que, o solo precisa de uma adubação fosfatada, o
que não é certo, pois que o fósforo pode ser imobilizade pelo excesso de ferro. Não será o caso de opinarmos que se impõe a necessidade de uma revisão do conceito da diagnose foliar? Já havíamos terminado nosso trabalho quando chegou a nossas mãos o "Report of the Rothamsted Experimental Station for 1955" e HUMPHRIES, no artigo "Nutrient uptake by excised roots"
(pág. 71) declara:- "É provável que a raíz reflita com mais precisão o conteúdo mineral do solo que qualquer outra parte da planta". Ora, tal opinião vem corroborar a nossa conclusão. A análise foliar não se nos apresentava como critério absoluto de diagnose das necessidades da planta. Agora, o trabalho que acabamos de citar, traz um diferente critério - a análise da raíz - que, digamos, nos parece bem lógico. Ao menos, ocorra-nos a necessidade da importância de ambas as análises. |
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