Apesar da grande área ocupada pelo café no território brasileiro a produtividade média desta cultura no Brasil é baixa. Dentre os vários fatores que contribuem para isto destaca-se a interferência das plantas daninhas, que competem pelos recursos água, luz e nutrientes. Na fase inicial de crescimento do cafeeiro é considerado uma das fases mais sensíveis à interferência das plantas daninhas, sobretudo, na linha de cultivo da cultura. Porém, a manutenção da lavoura durante todo o ciclo, livre de qualquer planta daninha deixa o solo desprotegido contra a erosão. Nos últimos anos, visando maior sustentabilidade da atividade cafeeira, tem-se procurado desenvolver sistemas integrados de manejo de plantas daninhas. Neste sistema cultiva-se entre as linhas do café espécies de plantas daninhas que têm como finalidade a promover a cobertura do solo e a reciclagem de nutrientes. Neste trabalho objetivou-se avaliar os efeitos da Interferência de plantas daninhas no crescimento e nutrição de plantas jovens de Coffea arabica L. Para isso, foram realizados três experimentos em casa de vegetação. No primeiro experimento avaliou-se quatro espécies de plantas daninhas: Brachiaria decumbens, Digitaria horizontalis, Brachairia plantaginea, Mucuna aterrima, em quatro densidades (zero, duas, quatro e seis plantas por vaso) em competição com plantas de café. O plantio das espécies de plantas daninhas foi realizado 60 dias após o transplantio do café e estas conviveram em mesmo vaso por 90 dias. A M. aterrima e B. plantaginea foram às espécies que mais influenciaram negativamente o crescimento do café. Ocorreu relação negativa entre aumento da densidade de plantas daninhas, com as variáveis de crescimento de plantas de café e razões de massa radicular e sistema radicular/parte aérea. No segundo experimento avaliaram-se os teores foliares de nutrientes nas plantas de café e nas espécies daninhas cultivadas em competição. Todas as espécies de plantas daninhas, quando em convivência com o café, proporcionaram menor teor de nutrientes nas folhas da planta cultura, principalmente, com o incremento da densidade de plantas. Exceção foi observada para as concentrações de N nas folhas do cafeeiro que conviveram com M. aterrima. Os teores de nutrientes nas folhas das plantas daninhas diferiram por espécie indicando capacidade diferenciada de reciclagens de nutrientes. No terceiro experimento avaliaram-se os efeitos de interferência da Brachiaria decumbens e Brachiaria plantaginea sobre o crescimento de plantas de café aos 60 dias após transplantio (60 DAT) e aos 180 dias após o transplantio (180 DAT). A interferência das gramíneas no crescimento das plantas de café mais jovem (60 DAT) foi maior em relação às plantas de café aos 180 DAT. Os efeitos da competição das espécies de plantas daninhas nas plantas mais jovens de café (60 DAT) foram similares não diferindo para a maioria das variáveis relacionadas ao crescimento das plantas de café. Todavia, quando a competição se instalou mais tarde aos 180 DAT, a B. plantaginea foi à espécie mais competitiva. O aumento da densidade de plantas daninhas promoveu maior alocação de fotoassimilados para parte área em detrimento ao sistema radicular do café.
The average national yield of coffee is low, in spite of the large area occupied by this culture in Brazil. Among several other reasons for that, the effect of weeds deserves especial attention. They compete for water, light and food resources. The initial growth stage of coffee plants is considered one of the most sensitive stages to weed effects, mainly in the culture line. However, when crops are maintained free from any weeds during the whole cycle, the soil becomes unprotected. In recent years, aiming at a higher sustainability of the coffee sector, integrated systems of weed management have been developed. In these systems, some species of weeds have been cultivated between the lines of coffee with the purpose of promoting soil coverage and nutrient recycling. The present work aimed at evaluating the effects of weeds on the growth and nutrition of young plants of Coffea arabica L. For such, three experiments were carried out in a greenhouse. In the first experiment, four species of weeds were evaluated: Brachiaria decumbens, Digitaria horizontalis, Brachairia plantginea and Mucuna aterrima, in four densities (zero, two, four and six plants per vase), in competition with coffee plants. The planting of weed species was performed 60 days after the transplanting of the coffee plants and they remained in the same vase for 90 days. M. aterrima and B. plantginea were the species that most affected the coffee growth. A negative relation was observed between the density of weeds and the growth variables of coffee plants and between root mass and root system/aerial part ratios. In the second experiment, the nutrient leaf contents in the coffee plants and in the competing weed species were evaluated. All the weed species provided a lower content of macro and micronutrients on the leaves of the coffee plants, mainly with the increase in the density of the plants. An exception was observed for the N concentrations in the leaves of the coffee plant which was together with M. aterrima. The nutrient contents in the leaves of the weeds varied according to the species, indicating the different capacity of competition and nutrients. In the third experiment, the effects of Brachiaria decumbens and Brachiaria plantginea on the growth of coffee plants was evaluated at 60 and 180 days after transplanting (DAT). The effects of the grasses on the growth of the coffee plants was higher at 60 DAT, in comparison to the coffee plants at 180 DAT. The effects of the competition on the growth variables were similar among the weeds, when cultivated at 60 DAT. However, when the competition was installed later (180 DAT), B. plantginea was the most competitive species. The increase in the density of weeds promoted higher allocation of photoassimilates for the aerial part of the coffee plant, to the detriment of the root system.