A colheita mecanizada do café com o emprego de maiores velocidades operacionais é uma tendência que vem sendo seguida pelos produtores, com o objetivo de aumentar o desempenho operacional, com conseqüente redução de custo, sobretudo quando se adota o processo de colheita seletiva. Com o objetivo de avaliar a colheita mecanizada do café em maiores velocidades operacionais, o presente trabalho foi dividido em duas etapas. Na primeira, buscou-se avaliar o desempenho operacional da colheita mecanizada do café com duas passadas da colhedora, analisando-se ainda, a influência da vibração e ou velocidade no processo de derriça dos grãos. Na segunda etapa, buscou-se avaliar os custos operacionais da colheita seletiva com duas passadas da colhedora. O trabalho foi desenvolvido na Fazenda Capetinga, município de Boa Esperança, MG. Os ensaios foram realizados com delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições, em parcelas aleatórias contendo, em média, 40 plantas em linha. Os ensaios foram realizados com duas passadas da colhedora, sempre no mesmo sentido de deslocamento, dentro do processo de colheita seletiva. As passadas foram feitas em função do índice de grãos verdes na planta. Na primeira passada, com média de 30% de verde, a velocidade foi fixada em torno de 1,64 km.h-¹, variando as vibrações de 10,83, 12,50, 14,17 a 15 Hz. Na segunda passada, o índice de verde observado foi, em média, de 10%, com vibração fixada em 16,67 Hz, variando as velocidades de 1,0, 1,6, 2,1 a 2,6 km.h-¹. Na primeira etapa de estudos, concluiu-se que é possível aumentar a velocidade operacional da colhedora até 1,64 km.h-¹, tanto na 1ª quanto na 2ª passada, dispensando, inclusive, a operação de repasse manual. Já com relação à influência da vibração e ou velocidade no processo de derriça, concluiu-se que o volume de café colhido, a eficiência de colheita e a eficiência de derriça sofreram ação direta da vibração das varetas da colhedora durante a operação de derriça; o volume de café colhido e a eficiência de colheita sofreram influência inversa da variação de velocidade e a velocidade influenciou diretamente no volume de café caído no chão. Na segunda etapa de estudos, concluiu-se que as porcentagens de café cereja, verde e seco colhido não foram afetadas pelas variações de vibrações e ou velocidades, não existindo tendência definida no padrão de bebida, em função dos cafés colhidos em diferentes vibrações (1ª passada) e ou velocidades (2ª passada), sendo todas as amostras classificadas como “dura” ou “apenas mole”, e que a redução do custo total da colheita mecanizada foi de 62,36% em relação à colheita manual, colhendo-se com velocidade operacional de 1,64 km.h-¹ nas duas passadas.
The mechanized coffee harvest using faster speed is a tendency that has been followed by the producers in order to increase the operational performance, with the harvest cost reduction mainly when the selective harvest process has been adopted. With the purpose of evaluating the mechanized coffee harvest using faster operational speeds, this work was divided in two stages. In the first stage, it was searched the operational performance of the mechanized coffee harvest using two passes of the harvester and, also, analyzing the influence of the vibration and of the speed in the untwining grain process. In the second stage, was searched the operational costs of the selective harvest having two passes of the harvester. The work was realized in the Capetinga Farm, Boa Esperança city, state of Minas Gerais. The experiments were done using randomized design with four repetitions in aleatory portions, having 40 plants, on average, in each line and having two passes of the harvester always in the same direction using the selective harvest process. The passes were done according to the green grain index of 30%, the speed was fixed around 1.64 km.h-¹ varying the vibrations to 10.83, 12.50, 14.17 and 15 Hz. In second pass, the green grain index was, on average, 10%, with the vibration fixed in 16.67 Hz, varying the speeds to 1.0, 1.6, 2.1 and 2.6 km.h-¹. In the first stage of this work, it was concluded that it is possible to increase the operational speed of the harvester, up to 1.64 km.h-1 in the first or in the second passes, excluding the manual pass. In relation to the vibration or speed influence in the untwining process, it was concluded that the harvested coffee grain volume, the harvest efficiency and the untwining efficiency suffered the direct action from the rods vibration during the untwining. The harvested coffee grain volume and the harvested efficiency suffered the inverse influence of the speed variation. The speed influenced directly in the coffee grain volume that has fallen on the ground. In the second of this work, it was concluded that the percentages of cherry coffee, green coffee and dry coffee were affected by vibration or speed changes. Not existing any defined tendency to standard drink according to the harvested coffee in different vibrations (1ˢᵗ pass) or speed (2ⁿᵈ pass), being all the samples classified as ‘hard’ or ‘just soft’. The total cost reduction with mechanized harvest was about 62.36% shorter in relation to the manual harvest when working with operational speed of 1.64 km.h-¹ in the two passes.