Resumo:
Objetivando-se identificar a percepção do consumidor com relação ao café, assim como verificar de que forma fatores comportamentais e instrumentos de marketing influenciam seu comportamento de compra, realizou-se uma pesquisa de marketing, com análises exploratória e descritiva, de natureza quantitativa. Utilizou-se o survey, com questionários estruturados, aplicados junto a 800 consumidores (São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro), em hipermercados, durante o período de julho a dezembro de 2001. Os questionários foram tabulados e analisados utilizando-se o software SSPS (v.10), com análises estatísticas descritivas e multivariadas (cluster e discriminante). A amostra constitui-se, na maioria, de consumidores do sexo feminino, casados, com idade entre 20 e 40 anos, pertencentes à classe social “B”, tendo como escolaridade o 2º grau completo. A percepção do café é associada a aspectos positivos: é uma bebida saborosa, não é uma bebida para pessoas mais velhas e é estimulante. O aspecto negativo revelado foi que o uso do café pode gerar vício. Identificou-se a existência de uma relação entre idade e a afirmação do café ser uma bebida saborosa. Com relação aos aspectos que envolvem a aprendizagem e o desenvolvimento do hábito de tomar café, verificou-se que os hábitos alimentares e o comportamento do consumidor são formados e condicionados pela/na família. Os resultados também demonstraram que o café ainda é um alimento preferencial, consumido pela manhã. Verificou-se que a influência de terceiros ou grupos pode representar um papel importante no comportamento e tomada de decisão de compra. O aspecto cultural revelou-se presente nos padrões do comportamento do dia-a-dia do consumidor que, tradicionalmente, mantém o hábito de servir café ao receber visitas. Nota-se um comportamento imitado e transmitido por meio de um processo de socialização com base na família, o que dá à bebida uma função social. Dentre os instrumentos de marketing, verificou-se que os atributos relacionados ao produto (sabor, aroma e qualidade) possuem maior percepção e influência sobre o comportamento do consumidor. O preço também assumiu um papel significativo, levando-se em conta que uma parte da amostra pertence à classe social “C”. Identificou-se que o consumidor não considerou relevante ferramentas como propaganda e embalagem, demonstrando-se fiel à marca ele mostrou-se indiferente aos apelos e anúncios das propagandas que, em sua maioria, não são muito atrativas.