Resumo:
O alto custo dos fertilizantes atualmente reflete em maiores custos de produção e pressiona o produtor rural a ser cada vez mais eficiente no uso deste insumo indispensável para a produção vegetal, este que tem participação em cerca de 18% nos custos operacionais. Assim, os cafeicultores têm reduzido a adubação como estratégia de sobrevivência a curto e médio prazos afetando, portanto, a nutrição das lavouras e consequentemente a produtividade. Pode acontecer também, em épocas em que o preço do café é alto e as condições financeiras favoráveis, que os cafeicultores excedam nas quantidades de fertilizantes utilizadas, o que pode desequilibrar e provocar perdas de produtividade. Portanto, objetivou-se com o presente trabalho, avaliar o impacto de diferentes níveis de adubação na produtividade determinando o melhor nível e as doses de fertilizantes (N, P e K) adequadas agronomicamente e economicamente. O experimento foi conduzido no Setor de Cafeicultura da Universidade Federal de Lavras-MG de novembro de 2018 a maio de 2021 utilizando-se mudas da Cultivar Mundo Novo IAC 379/19. O delineamento foi em blocos casualizados, com seis tratamentos, quatro repetições e subdivisão das parcelas, no tempo. Os níveis de adubação utilizados foram 10%, 40%, 70%, 100%, 130% e 160%, onde a adubação padrão é 100%. A máxima produtividade de café beneficiado (sc ha-1 ) foi alcançada com 119,06% do nível de adubação recomendado, ou seja, 19,06% maior em relação a adubação padrão, porém, alcançando um pequeno aumento na produtividade, ou seja, de apenas 1,80% a mais em produtividade em relação a obtida com a adubação padrão (100%), cujas doses foram 239,48 kg ha-1 de N e 177,8 kg ha-1 de K2O. A adubação mínima necessária para lavouras de café em sequeiro no segundo ano de formação após o transplantio, sem prejuízos superiores a 10% de produtividade é de: 149,7 kg ha-1 de N e 111,15 kg ha-1 de K2O, e a faixa crítica dos teores foliares de nitrogênio foi encontrada entre 30,30 g.kg-1 e 32,43 g.kg-1 . Em relação a análise econômica concluiu-se que o cafeeiro com níveis de adubação entre 10% e 40% da adubação padrão têm sua produtividade comprometida; o nível de 74,43% é satisfatório do ponto de vista econômico sem que haja prejuízos de produtividade superiores a 10%; lavouras implantadas com 130% e 160% da adubação padrão não tem bons resultados econômicos em relação ao nível de 70%; diante de um cenário de menores custos com fertilizantes e melhores preços da saca de café, pode ser interessante aumentar o nível de adubação no intervalo entre 70% e 119%.