O cultivo do cafeeiro no Brasil vem enfrentando sérios problemas em relação aos nematoides parasitas dessa cultura, com grandes perdas na produção e prejudicando econômicamente os cafeicultores. Os nematoides de galhas são os mais importantes, dentre eles, Meloidogyne paranaensis e M. incognita se destacam pela intensidade dos danos que causam e pela distribuição nas áreas produtoras. Até o presente momento, não há métodos de controle que sejam realmente eficazes para esses fitoparasitas, sendo a resistência genética um dos meios mais promissores. Dessa maneira, o que se objetivou com este experimento foi identificar acessos de cafeeiro com resistência a M. paranaensis e a M. incognita raça 1, que têm se mostrado promissores em condições de campo. Os materiais avaliados foram provenientes da seleção de genótipos de Coffea arabica do Banco de Germoplasma de Café da EPAMIG. Foram inoculadas com esses nematoides, plântulas de 18 diferentes cruzamentos ou acessos, mais uma cultivar padrão de resistência (IPR 100) e outra, padrão de susceptibilidade (Mundo Novo). Esses acessos foram avaliados quanto ao grau de resistência/suscetibilidade, usando a variável fator de reprodução. Dos tratamentos avaliados, foram considerados resistentes ao nematoide M. incognita, cinco acessos do cruzamento entre Catuaí Vermelho e Amphillo MR 2161 (tratamentos 2, 3, 4, 14, 19), um acesso do cruzamento entre Catuaí Vermelho x Amphillo MR 2474 (tratamento 5), dois acessos do Híbrido do Timor UFV 408-1 (tratamento 8 e 10), e a culivar padrão de resistência IPR-100 (tratamento 20). Para o nematoide M. paranaensis foram considerados resistentes, quatro acessos do cruzamento entre Catuaí Vermelho e Amphillo MR 2161 (tratamentos 3, 14, 16, 19), um acesso do cruzamento entre Catuaí Vermelho x Amphillo MR 2474 (tratamento 5), um acesso do Híbrido do Timor UFV 408-1 (tratamento 8), e a culivar padrão de resistência IPR-100 (tratamento 20). Resultados obtidos a campo, com as plantas matrizes dos acessos avaliados, demonstraram que as plantas que originaram as progênies dos tratamentos 3 e 16 (Catuaí Vermelho x Amphillo MR 2161) e 12 (Amphillo x H. Natural MR 36-349) foram resistentes e bastante produtivas, ao passo que as plantas que originaram as progênies avaliadas nos tratamentos 5 e 7 (Catuaí Vermelho x Amphillo MR 2474), no 8 (Híbrido do Timor UFV 408-01) e no 14 (Catuaí Vermelho x Amphillo MR 2161) também apresentaram resistência e boa produtividade. Com esse experimento pode-se concluir que existe resistência múltipla a Meloidogyne spp. nos materiais avaliados (3, 5, 8, 14, 19, 20) em condições de campo e casa de vegetação e boas perspectivas de produtividade para o desenvolvimento de novas cultivares de C. arabica, que possam ser usadas em programas de melhoramento para futura utilização em áreas infestadas por nematoides, visando a manutenção e a sustentabilidade da produção cafeeira.
Nematode parasitism significantly impact coffee production in Brazil with reducing yields and economic losses. Root-knot nematodes (RKN) are amongst the most economically important plant-parasitic nematodes infecting coffee in Brazil, particularly, Meloidogyne paranaensis and M. incognita due to their pronounced plant damage and widespread distribution throughout coffee-producing areas. Currently, there are no control methods that are really effective against coffee-associated RKNs and genetic resistance is considered the most promising one. The objective of this study was to identify coffee materials resistant to M. paranaensis and M. incognita race 1, which have shown promising agronomic traits in the field. Genotype selections (accessions) of Coffea arabica obtained from the Coffee Germoplasm Bank (EPAMIG) were used in this study. Seedlings of 18 different accessions, plus a resistant (cv. IPR-100) and a susceptible (cv. Mundo Novo) check, were inoculated with these two nematode species. Nematode reproduction factor was used to infer coffee accession responses (resistance/susceptibility) to nematode infection. Five accessions from crossing between Catuaí Vermelho x Amphillo MR 2161 (treatments 2, 3, 4, 14, 19), one accession from crossing between Catuaí Vermelho x Amphillo MR 2474 (treatment 5), two accessions from Timor Hybrid UFV 408-01 (treatment 8 and 10) and the resistant control cv. IPR-100 were resistant to M. incognita race 1. Four accessions from crossing between Catuaí Vermelho x Amphillo MR 2161 (treatments 3, 14, 16, 19), one accession from Timor Hybrid UFV 408-01 (treatment 8) and the cv IPR-100 were resistant to M. paranaensis. Field testing with parental genotypes showed that plants that originated progenies of Catuaí Vermelho x Amphillo MR 2161 (treatments 3 and 6) and Amphillo x H. Natural MR 36-349 (treatment 12) were resistant and highly productive, while plants that originated progenies from Catuaí Vermelho x Amphillo MR 2474 (treatments 5 and 7), Timor Hybrid UFV 408-01 (treatment 8) and Catuaí Vermelho x Amphillo MR 2161 (treatment 14) were also resistant and with good yield. Overall, materials from treatments (3, 5, 8, 14, 19 and 20) were resistant to both M. paranaensis and M. incognita race 1 under greenhouse/field conditions and showed promising agronomic traits which can be used in breeding programs to develop new cultivars of C. arabica and maintain sustainable coffee production.