A cafeína é um alcaloide farmacologicamente ativo e estimulante do sistema nervoso central, amplamente consumido em todo mundo. Estudos demonstraram que o consumo de cafeína pode ter efeitos sobre o desempenho, parâmetros fisiológicos, além disso, tem sido apontado um possível poder antioxidante. A presente pesquisa teve como objetivo verificar os efeitos da suplementação aguda com cafeína sobre o desempenho, percepção subjetiva de esforço (PSE), parâmetros fisiológicos e bioquímicos durante um protocolo de sprints repetidos. Participaram do estudo doze voluntários do sexo masculino com 26,3 + 3,7 anos, 177,5 ± 6 cm de altura, 80,7± 7,6 kg de massa corporal e 14,4 ± 6 % de gordura corporal. Os participantes tinham ao menos um ano de experiência em treinamentos intermitentes. Foi aplicado um teste em ciclo ergômetro composto por 12 sprints de 6 s por 60 s de recuperação. Em dias distintos e de forma aleatória, os participantes consumiram 6 mg.kg -1 de cafeína (CAF) ou placebo (PLA), 1 hora antes do exercício. Os dados de potência média relativa (PMr), potência pico relativa (PPr) e PSE foram coletados a cada sprint. A frequência cardíaca (FC), pressão arterial (PAS e PAD), glicemia (GL), foram coletadas 1 hora antes (Rep), imediatamente antes (Pré), imediatamente após (Pós) e 1 hora após (Pós60) o protocolo. Amostras de sangue foram coletas antes (Pré), 5 min após (Pós5) e 60 min após (Pós60) o exercício, para análise de ácido úrico (AU), óxido nítrico (NO), glutationa reduzida (GSH) e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS). Todos os dados coletados foram analisados através de uma ANOVA de medidas repetidas. A cafeína contribuiu para o aumento da PPr e PMR no primeiro sprint, contudo, sem efeitos significativo nos sprints subsequentes. Os valores de FC, PAS e AU apresentaram mudanças somente entre os momentos, indicando uma resposta ao exercício. Já os valores de PAD, GL, GSH, NO e TBARS não apresentaram nenhuma mudança significativa. Nós concluímos que a cafeína foi capaz de modificar o desempenho apenas no primeiro sprint, sem provocar mudanças significativas na PSE, parâmetros fisiológicos e bioquímicos.
Caffeine is a pharmacologically active alkaloid and stimulant of the central nervous system, widely consumed worldwide . Studies have shown that caffeine consumption may have effects on performance, physiological parameters, in addition to possible antioxidant effects. The present research aimed to verify the effects of acute caffeine supplementation on performance, ratings of perceived exertion (PSE), and physiological and biochemical parameters during a protocol of repeated sprints. Twelve male volunteers with an age of 26.3 ± 3.7 years, 177.5 ± 6 cm in height, 80.7 ± 7.6 kg of body mass, and 14.4 ± 6% of body fat participated in the study. The participants have at least one year of intermittent sports training. The exercise protocol was performed on a cycle ergometer, and was composed of 12 sprints of 6 s with 60 s of recovery. On random days, participants consumed 6 mg . kg -1 of caffeine (CAF) or placebo (PLA) 1 hour before training. The relative mean power (RPM), relative peak power (PPr) and PSE data were collected at each sprint. Heart rate (HR), blood pressure (SBP and DBP), and blood glucose (GL) data were collected 1 hour before (Rep), immediately before (Pre), immediately after (Post) and 1 hour after (Post60) . Blood samples were collected before (Pre), 5 min after (Pot5) and 60 min after (Post60) the exercise for analysis of uric acid (AU), nitric oxide (NO), reduced glutathione (GSH), and reactive substances thiobarbituric acid (TBARS). All the data collected were analyzed through a repeated measures ANOVA. Caffeine improved performance only in the first sprint for both PPr and PMR, with no significant effect on subsequent sprints and on PSE. The values of HR, SBP and AU presented changes only between the moments, indicating a response to the exercise. However, the values of PAD, GL, GSH, NO and TBARS showed no significant change. We conclude that caffeine was able to modify performance only in the first sprint of the protocol, without causing significant changes in PSE, physiological or biochemical parameters.