Abstract:
A grande importância econômica e social do café para o Brasil contrasta com o investimento em pesquisa feito pelo país. A despeito de ser referência em algumas áreas do conhecimento, sem dúvida, o conhecimento produzido a respeito do cafeeiro está aquém das necessidades do setor no Brasil. Nesse sentido, uma das áreas mais carentes sobre a cultura é a que trata das bases físicas que descrevem os processos de troca de mas- sa e energia em agroecossistemas cafeeiros. Complicadores intrínsecos à cultura tornam os estudos mais complexos, lentos e caros, e essa é uma das razões para a relativamente baixa produção científica sobre a espécie. Uma das formas para sistematização do conhecimento disponível e de tor- ná-lo disponível à sociedade é pela confecção de modelos de simulação. Estes, por sua vez, baseiam-se em conhecimento básico sobre a cultura e o ambiente e, especialmente aqueles baseados em processos, não podem ser construídos sem informações teóricas e experimentais sobre o sistema a ser simulado. Este texto busca sistematizar o conhecimento disponível em uma das áreas do conhecimento essenciais à modelagem de sistemas agrícolas cafeeiros, juntando dados experimentais coletados pelos autores com informações da literatura. Os processos físicos na cultura e sua interação com processos fisiológicos são tratados aqui, com enfoque especial aos sistemas irrigados. Ao longo do texto, são apresentados e discutidos aspectos metodológicos relacionados à coleta de dados em diferentes escalas espaciais no cafezal, indo desde as técnicas para determinação do balanço de energia radiante dos renques, passando pela medida do fluxo de seiva como indicador da transpiração individual das plantas, e chegando a determinação da evapotranspiração dos cafezais com métodos micrometeorológicos. Kleber Xavier Sampaio de Souza - Chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária.
Description:
O conteúdo é apresentado em 11 capítulos: 1. Introdução; 2. Aspectos ecofisiológicos da cultura do cafeeiro; 3. Transpiração e evapotranspiração de cafezais; 4. Métodos micrometeorológicos de determinação da evapotranspiração; 5. Estimativa da evapotranspiração de cafezal em crescimento pelos métodos aerodinâmico e da razão de Bowen; 6. Modelo de Penman-Monteith adaptado à estimativa da transpiração individual de lenhosas; 7. Absorção de energia radiante; 8. Estimativa da transpiração máxima de cafeeiros pelo modelo de Penman-Monteith adaptado a plantas isoladas: um estudo
de caso; 9. Estimativa da evapotranspiração de referência; 10. Relação entre a transpiração dos cafeeiros e a evapotranspiração de referência e a do cafezal; 11. Referências.