Resumo:
O reino vegetal é colonizado por uma diversidade de microrganismos endofíticos, principalmente bactérias e fungos, os quais estabelecem relações não patogênicas com seus hospedeiros. Quando benéficas tais associações podem estimular o crescimento das plantas, aumentar a resistência a doenças e às condições adversas do ambiente, como estresse hídrico. Relatos dessas características inerentes aos endófitas despertaram o interesse da comunidade científica, que passou a estudar meios de inserir isolados previamente selecionados, no sistema de produção agrícola. Assim, nas últimas décadas intensificaram-se os trabalhos buscando microrganismos endofíticos com capacidade de promoverem o crescimento de culturas agronômicas e de atuarem como agentes de biocontrole de fitopatógenos, estudando os possíveis mecanismos envolvidos nessas interações com as plantas, e formas de preservação e de aplicação dos isolados no campo. No presente trabalho 217 bactérias e 17 fungos endofíticos de cafeeiro foram testados em discos de folhas e, os de melhor desempenho, em mudas de cafeeiro ‘Mundo Novo’, para o controle de Hemileia vastatrix. As bactérias endofíticas 3F e 119G destacaram-se proporcionando redução da severidade da ferrugem em torno de 85%. Estudando os possíveis mecanismos de controle envolvidos, encontrou-se aumento da atividade de peroxidase em mudas de cafeeiro tratadas com as endófitas em questão. As mesmas bactérias inibiram também a germinação de urediniosporos em testes in vitro. Alguns isolados, porém, aumentaram a suscetibilidade do hospedeiro ao ataque do patógeno.
Descrição:
O conteúdo é apresentado em 13 capítulos: 1. Resumo; 2. Abstract; 3. Introdução; 4. Diversidade de microrganismos endofíticos; 5. Endofitismo como fenômeno biológico; 6. Fontes de endófitas e colonização dos tecidos; 7. Efeitos benéficos dos microrganismos endofíticos; 8. Promoção de crescimento; 9. Controle biológico de doenças; 10. Seleção e dispensa dos endófitas nas plantas; 11. Bioprospecção de microrganismos endofíticos com potencial para o biocontrole da ferrugem do cafeeiro; 12. Considerações finais; 13. Referências.