Resumo:
O bicho-mineiro Leucoptera coffeella (Guérin-Mèneville), uma das pragas mais importantes da cafeicultura brasileira, é controlado principalmente com inseticidas. O objetivo deste trabalho foi estudar os resíduos e a translocação do inseticida tiametoxam em folhas de cafeeiros, bem como avaliar seu efeito no controle do bicho-mineiro, comparando-o com o aldicarbe, utilizado como padrão. Para isto, foi instalado um experimento no município de Garça, SP, no período de dezembro/2001 a agosto/2002. Os tratamentos utilizados foram: aldicarbe 150 G, nas doses de 2,25 e 4,50 g i.a./cova, tiametoxam 10 GR, nas doses de 0,15 e 0,30 g i.a./cova e testemunha (sem aplicação). Amostras de ramos foram colhidas em pré-contagem e aos 30, 60, 90, 120, 150, 180, 210 e 240 dias após a aplicação, em três alturas dos cafeeiros (terços inferior, médio e superior), avaliando-se a porcentagem de folhas minadas. As determinações de aldicarbe e seus metabólitos ativos, aldicarbe sulfoxido e sulfona, e os de tiametoxam foram feitas por cromatografia em fase gasosa usando-se detector de nitrogênio-fósforo e de espectrometria de massas, respectivamente. Os resultados indicaram translocação uniforme de ambos inseticidas nos três terços das plantas de café, quando aplicados no solo. Foi constatada também, a maior persistência do tiametoxam, cujos resíduos foram encontrados até oito meses após a aplicação, enquanto os metabólitos sulfóxido e sulfona foram encontrados entre quatro e seis meses após a aplicação. Foi observado controle do bicho-mineiro pela aplicação de ambos inseticidas.